Pedro Urizzi estreia como ator internacional em “Meu Amigo Pinguim”

Pedro Urizzi estreia como ator internacional em “Meu Amigo Pinguim”

Pedro Urizzi estreia como ator internacional em “Meu Amigo Pinguim” | Foto: Ana Tonezzer

O ator e diretor Pedro Urizzi está prestes a dar um passo significativo em sua carreira com sua estreia internacional no filme “Meu Amigo Pinguim” (título original: “My Penguin Friend“). Dirigido por David Schurmann, o longa foi lançado em 16 de agosto nos Estados Unidos, em mais de 2.000 salas de cinema, e chega ao Brasil em 12 de setembro, com distribuição da Paris Filmes.

No filme, Pedro Urizzi interpreta o protagonista João em sua juventude, papel vivido na fase adulta pelo renomado ator francês Jean Reno. “Meu Amigo Pinguim” narra a comovente história de amizade entre um pai solitário e um pinguim perdido, que traz nova vida à sua família e restaura sua fé na humanidade. O jovem João, papel de Pedro, é casado com Maria, interpretada por Amanda Magalhães, e juntos têm um filho de 11 anos, vivido pelo ator colombiano Juan José Guarnica.

A trajetória de Pedro Urizzi é marcada por sua versatilidade como ator, diretor e roteirista. Formado em Rádio e TV pela Belas Artes e com especialização em Acting for Film em Londres, Pedro construiu uma carreira sólida, tanto no Brasil quanto no exterior. Ele já esteve à frente de projetos importantes, como a série documental “São Paulo, Meu Humor” e o documentário “Cordel de Trancoso“. Seu trabalho também foi reconhecido em festivais internacionais de prestígio, como o 65th DOK Leipzig e o 24th Odense International Film Festival.

Pedro Urizzi estreia como ator internacional em “Meu Amigo Pinguim” | Foto: David Schurmann

Além de sua estreia como ator em “Meu Amigo Pinguim”, Pedro continua a expandir seu portfólio com novos projetos. Recentemente, ele assumiu a direção e o roteiro da série documental “ArquiteturaHoje!”, com estreia prevista para 2024, e está em fase de pós-produção do documentário “Vlavianos“. Pedro também atua como co-roteirista na série documental da Max, “Bob Burnquist: A Lenda do Skate“. Com uma carreira multifacetada que inclui a direção de filmes publicitários para grandes marcas e a atuação em diversas produções cinematográficas e televisivas, Pedro Urizzi se consolida como um dos talentos promissores do cinema brasileiro no cenário internacional.

Pedro, um ator conhecido por sua dedicação e compromisso com a arte de interpretar, encontrou no papel do jovem João, em “Meu Amigo Pinguim”, um desafio que demandou não apenas talento, mas também uma imersão profunda em uma das figuras mais icônicas do cinema: Jean Reno. Sob a orientação do experiente diretor David Schurmann, Pedro se viu envolvido em um processo de preparação que exigiu atenção meticulosa a detalhes que transcendem a mera interpretação de um personagem.

David me sugeriu que assistisse todos os filmes possíveis do Jean Reno“, começa Pedro, explicando a intensidade de sua preparação. Ele mergulhou nos filmes de Reno, desde os clássicos dos anos 80, como “Subway” e “Imensidão Azul”, até os sucessos mais recentes como “Godzilla” e “Missão Impossível”. “Eu tentei focar muito nessa diversidade de personagens que o Jean Reno tem ao longo da sua carreira“, comenta, evidenciando seu esforço para absorver a versatilidade do ator francês. Para Pedro, a riqueza de Reno não estava em uma característica específica, mas na capacidade de se transformar a cada papel, de falar diferentes idiomas, de adaptar-se a diversas culturas cinematográficas.

No entanto, Pedro não buscava uma imitação. Ele não queria ser um reflexo, mas sim uma extensão, uma nova camada dessa herança cinematográfica. “Eu não busquei uma imitação, mas sim uma inspiração no estilo de atuação dele“, revela. Pedro entendeu que a verdadeira força de Reno está em sua economia de palavras, de gestos e, ao mesmo tempo, na profundidade de sua presença. “A emoção dele irradia pelo olhar“, ele destaca, indicando que o verdadeiro desafio era internalizar essa habilidade de comunicar tanto com tão pouco.

Foi em uma cena específica que Pedro sentiu ter alcançado essa essência.O momento em que senti que estava realmente capturando a essência do personagem foi quando entrei em cena com o Juan, que interpreta o Miguel, meu filho na ficção“, conta, rememorando a intensidade da troca entre os dois atores. Pedro descreve como essa interação o fez sentir o peso emocional do personagem, transformando a teoria que ele havia estudado em uma realidade palpável, vivida.

Esse projeto, contudo, não marcou o primeiro encontro de Pedro com o diretor David Schurmann. A relação entre os dois já era antiga, remontando a outros projetos como “Desaparecidos”, onde Pedro interpretou Marcos, e “Por um Fio”, em que ele fez uma breve participação como um médico do SUS. Pedro reflete sobre como essa relação evoluiu ao longo dos anos: “Embora o primeiro longa que fizemos juntos tenha sido há 15 anos, o que se manteve constante é a clareza que ele tem sobre o que deseja“, afirma. Segundo Pedro, a capacidade de Schurmann de comunicar sua visão com precisão foi um dos aspectos que mais o impressionou desde o início.

Mas talvez o que mais impacte Pedro seja a habilidade de Schurmann em criar um ambiente de trabalho que facilita a expressão artística dos atores. Ele é um exímio comunicador, capaz de transmitir a visão dele com poucas palavras“, comenta. Pedro, que admite uma constante batalha interna contra a insegurança e o nervosismo, encontrou em Schurmann um diretor que não apenas orienta, mas também acolhe. “Essa tranquilidade nos permite experimentar mais, sugerir caminhos“, reflete, enfatizando como essa abertura é fundamental para seu processo criativo.

As filmagens de “Meu Amigo Pinguim” trouxeram desafios únicos, especialmente nas cenas gravadas em Ubatuba, onde o cenário natural se tornou um personagem por si só. Pedro se viu diante da tarefa complexa de costurar várias camadas em sua atuação: “O desafio foi costurar essas camadas de atuação: inspirar-me no estilo do Jean Reno, construir o personagem João e a relação com o filho, e atuar em inglês“, explica. Para ele, não bastava apenas representar; era necessário transformar-se em uma confluência de influências, mantendo a autenticidade do personagem enquanto canalizava a presença sutil e poderosa de Reno.

Apesar de sua convivência com Jean Reno ter sido breve, Pedro teve a chance de absorver lições valiosas do veterano ator. Trabalhei muito pouco com o Jean Reno porque estamos em núcleos diferentes, mas tive a oportunidade de conhecê-lo“, recorda. Em uma tarde após uma leitura de roteiro em Ubatuba, Reno convidou Pedro para almoçar. “Ele enfatizou a importância de focar na relação com os atores com quem contraceno, em ouvir mais e estar presente de corpo e alma“, conta Pedro, revivendo os conselhos que recebeu. Uma frase, em particular, ressoou profundamente com ele: Nós, atores, somos uma ferramenta na mão da direção.” Para Pedro, essa reflexão de Reno encapsula a essência de ser um ator – uma ferramenta, sim, mas que, em mãos habilidosas, pode se tornar um instrumento de arte e expressão.

Os temas centrais de “Meu Amigo Pinguim”, como o amor paterno e a superação, tocaram Pedro em um nível profundamente pessoal. Eu não tenho filhos, mas tenho um irmão mais novo, o Bruno, com quem tenho uma relação fraternal e também paternal“, revela, permitindo uma visão mais íntima de sua vida. Pedro compartilha uma experiência que moldou sua percepção do papel:Alguns anos atrás, ele teve câncer aos 18 anos e ficou internado por três meses. Foi um período muito difícil para ele e para mim, e nossa conexão se aprofundou muito.” Ao trazer para o personagem João o mesmo cuidado, zelo e amor que sentiu durante essa fase difícil, Pedro espera que o público possa sentir a autenticidade de sua interpretação. “Tentei trazer esse sentimento de cuidado, zelo e amor verdadeiro, que é estar presente naquele momento, para o personagem João“, confessa, mostrando como o papel se tornou uma extensão de sua própria vida.

Com a estreia do filme se aproximando, Pedro está consciente do impacto que o filme pode ter além das fronteiras do Brasil. Ele já teve um vislumbre do sucesso potencial durante uma exibição no Egyptian Theatre, em Los Angeles. “Fiquei muito emocionado com o retorno do público“, diz, lembrando das pessoas que o procuraram após a sessão, buscando compartilhar a conexão emocional que sentiram com o filme. Para Pedro, a reação do público foi um indicador de que a mensagem do filme – de amor, superação e conexão humana – transcende culturas e idiomas. “Espero que o filme tenha um alcance nacional no Brasil, pois ele dialoga com muita gente e enaltece a cultura brasileira“, afirma, destacando o orgulho que sente em fazer parte de uma obra que celebra suas raízes.

Enquanto Pedro reflete sobre o impacto que “Meu Amigo Pinguim” pode ter em sua carreira, ele também se prepara para as oportunidades que surgirão a partir dessa experiência.Estou ansioso para ver como ele será recebido no Brasil e no exterior“, conclui, consciente de que este é apenas o começo de uma nova fase em sua jornada como ator.

Confira também: Documentário revela a jornada épica de Bob Burnquist no skate

Sair da versão mobile