Acontece neste domingo (2) a maior premiação do cinema mundial, o Oscar, e o Brasil é um dos grandes destaques da noite. Pela primeira vez, o país concorre em três categorias simultaneamente: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Torres, todos pelo filme “Ainda Estou Aqui“. A presença do Brasil na premiação deste ano reforça uma trajetória de participações marcantes ao longo das décadas, com indicações e momentos históricos que evidenciam a relevância do cinema nacional no cenário internacional.
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A trajetória do Brasil no Oscar
A estreia do Brasil na maior premiação do cinema ocorreu em 1945, quando a composição “Rio de Janeiro”, de Ary Barroso, foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original pelo filme estadunidense “Brazil”. Esse momento marcou a primeira vez que um brasileiro figurou entre os nomeados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Em 1960, “Orfeu Negro”, uma coprodução franco-italo-brasileira, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional, sendo falado em português e gravado no Brasil, mas representando a França. Esse detalhe reforça um período no qual as produções brasileiras encontravam dificuldades em garantir reconhecimento na premiação.
Foi apenas em 1963 que o Brasil teve um representante oficial na categoria de Melhor Filme Internacional, com “O Pagador de Promessas”. O drama, baseado na obra de Dias Gomes, consolidou a presença do cinema brasileiro no Oscar e foi um marco para a cinematografia nacional.
Dificuldades do cinema brasileiro
Para que um filme produzido no Brasil seja elegível ao Oscar, ele precisa atender aos critérios estabelecidos pela Academia. Na categoria Melhor Filme Internacional, a produção deve ser escolhida por uma comissão oficial brasileira, ser majoritariamente nacional, exibir-se nos cinemas locais por pelo menos sete dias consecutivos e conter menos de 50% de diálogos em inglês. A maior dificuldade dos filmes brasileiros é a exigência de exibição nos cinemas de Los Angeles, algo que frequentemente os impede de concorrer nas categorias principais.
Destaques brasileiros no Oscar
Em 1979, “Raoni”, um documentário sobre o líder indígena Raoni Metuktire, concorreu na categoria de Melhor Documentário. Três anos depois, Tetê Vasconcellos foi indicada pelo documentário “El Salvador: Another Vietnam”.
Em 1986, “O Beijo da Mulher-Aranha” marcou presença com quatro indicações, incluindo Melhor Diretor para Hector Babenco. Nos anos 1990, o Brasil voltou à disputa de Melhor Filme Internacional com “O Quatrilho” (1996), “O Que É Isso, Companheiro?” (1998) e “Central do Brasil” (1999), sendo que Fernanda Montenegro foi indicada a Melhor Atriz, tornando-se a primeira latino-americana indicada nessa categoria.
Em 2004, “Cidade de Deus” foi uma surpresa ao ser indicado em quatro categorias, mesmo tendo sido ignorado como Melhor Filme Internacional no ano anterior. No mesmo ano, Carlos Saldanha recebeu sua primeira indicação por “Gone Nutty” na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.
Na década de 2010, documentários com temáticas brasileiras se destacaram: “Lixo Extraordinário” (2011) e “O Sal da Terra” (2015), sobre Vik Muniz e Sebastião Salgado, respectivamente. Em 2016, “O Menino e o Mundo” tornou-se a primeira animação brasileira indicada ao Oscar. Mais recentemente, em 2020, “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, disputou como Melhor Documentário.
Presença brasileira no palco do Oscar
Além das indicações, o Brasil também esteve presente em momentos icônicos da premiação. Em 1968, Sérgio Mendes & Brasil ’66 performaram “The Look of Love”. Em 1987, Sônia Braga apresentou a categoria de Melhor Curta-metragem em Live-action ao lado de Michael Douglas. Em 2003, Caetano Veloso subiu ao palco para cantar “Burn it Blue”. Em 2012, Sérgio Mendes voltou a ser indicado, agora por “Real in Rio”.
Feitos históricos do Brasil no Oscar
- Ary Barroso foi o primeiro compositor latino-americano indicado a Melhor Canção Original;
- “Orfeu Negro” foi o primeiro filme latino-americano indicado a Melhor Filme Internacional e o único em língua portuguesa a vencer;
- “O Beijo da Mulher-Aranha” foi o primeiro filme latino-americano indicado a Melhor Filme;
- Héctor Babenco foi o primeiro diretor latino-americano indicado ao Oscar de Melhor Diretor;
- Fernanda Montenegro foi a primeira latino-americana indicada ao Oscar de Melhor Atriz;
- Fernanda Montenegro e Fernanda Torres se tornaram o primeiro duo de mãe e filha latino-americanas indicadas ao Oscar de Melhor Atriz;
- Gone Nutty, de Carlos Saldanha, foi o primeiro curta latino-americano indicado a Melhor Curta-Metragem de Animação;
- “O Menino e o Mundo” foi o primeiro filme latino-americano indicado a Melhor Filme de Animação.
A edição deste ano traz um momento histórico para o Brasil. “Ainda Estou Aqui” coloca o país entre os principais destaques da premiação, com indicações em três categorias de peso. Com Fernanda Torres disputando Melhor Atriz, a tradição da família Montenegro no Oscar se fortalece.
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