Quinze anos depois de sua estreia oficial na indústria fonográfica e dezessete anos após lançar de maneira independente seu primeiro álbum, Roberta Campos retorna às origens com “Coisas de Viver”. O disco, que chegou ao público em 5 de fevereiro de 2025, é um trabalho confessional, intimista e marcado pelo folk, gênero que sempre permeou sua trajetória. Trata-se de um projeto independente, concebido e produzido ao lado de Alexandre Fontanetti, um parceiro de longa data.
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Roberta acumula uma trajetória impressionante: é autora de sucessos como “Minha Felicidade” e “De Janeiro a Janeiro”, além de ter suas músicas em mais de 18 trilhas de novelas, 11 delas na TV Globo. Já colaborou com artistas como Vitor Kley, Nando Reis, Luiza Possi, Skank e Olodum, consolidando-se como uma das vozes mais autênticas da música brasileira. Agora, com “Coisas de Viver”, ela aprofunda seu olhar para dentro e transforma suas vivências em canções que falam sobre tempo, amadurecimento e cura.
Ao falar sobre o processo de criação, Roberta destaca o desafio da exposição emocional:
“Quando eu decidi fazer o disco e me abrir mais nele, eu já havia passado por todos os processos desafiadores. Eu não conseguiria me expor sem estar totalmente à vontade! O meu processo desafiador veio antes e durante a vida. Faço terapia há 15 anos e entrei num momento muito bonito de expansão de consciência e do meu entendimento maior sobre quem eu sou, o que desejo para minha vida e o que não quero para ela. Eu estou sempre questionando tudo, e as canções nasceram como uma resposta“.
Entre as faixas, “Escapulário” tem um significado especial. A música foi composta em 2016, mas Roberta só sentiu que era o momento certo de gravá-la agora:
“O tempo é o caminho da criação, da minha trajetória, e ele alinha todas as pontas da minha vida. Essa música nasceu em 2016, fiz com meu parceiro Danilo Oliveira. Naquela época, a ideia era fazer uma canção de despedida, onde uma pessoa partia e recebia os melhores desejos. Sempre gostei muito dela, mas não via sentido em gravá-la. Um dia esbarrei com ela no meu computador, comecei a ouvir e sentir que essa canção foi feita pra mim. Eu a fiz pra mim. ‘E cada passo em vão será em direção ao lar’. Esse lar sou eu mesma, é aqui dentro“.
A sonoridade do álbum também reflete essa identidade forte, equilibrando liberdade criativa com a parceria na produção:
“Foi fluido. Eu fiz todas as prés na minha casa, levei muita coisa ‘rascunhada’, e o Fontanetti é um cara muito sensível, ele entrou totalmente no disco! Uma coisa que conta muito também é que temos influências musicais parecidas, temos muitas coisas em comum. Outra coisa que também contou muito foi ele tocar no disco! Ele gravou guitarras incríveis que fizeram toda diferença no álbum“.
Em “A Cor do Que Eu Quero”, a cantora transforma suas dores em arte, algo que faz desde a adolescência:
“Aprendi muito cedo a transformar a dor em arte. Com 11 anos aprendi a tocar violão, aos 13 anos comecei a compor. Tudo virava música naquela época dos acontecimentos, e isso me acompanha até hoje. Uso a arte pra me salvar, a música me salva sempre que preciso e sempre me deu coragem para enfrentar qualquer coisa“.
Além do olhar introspectivo, “Coisas de Viver” marca um momento de expansão internacional para Roberta. Desde 2019, sua música tem alcançado outros países, e essa fase continua intensa:
“Eu sempre quis muito espalhar minha música pelos quatro cantos do mundo. Em 2019 iniciei minha entrada no mercado internacional, toquei em Cabo Verde, Lisboa, Porto e Coimbra. De alguns anos para cá isso tem aumentado. Este ano mesmo já me apresentei no Uruguai, em abril me apresentarei na África, Portugal e Espanha. Já estive também na Colômbia, Chile e Estados Unidos com minha música. Foram muitos anos de plantio, começou tudo a florescer! Tem sido lindo. E isso reverbera aqui no Brasil também! Tudo isso gera curiosidade, seu nome fica aquecido, as coisas crescem no meu país também! É um círculo vicioso“.
Ser independente não é novidade para Roberta, mas com “Coisas de Viver” esse conceito se fortalece ainda mais. O novo álbum reafirma sua capacidade de construir sua trajetória com autonomia e paixão:
“Primeiro disco independente de estúdio, já que em 2008 eu experimentei fazer um disco na minha casa, totalmente sozinha, com a cara e coragem. Se a Roberta de 2008 pudesse ver quem eu me tornei, eu diria: obrigada por não desistir, obrigada por ser tão persistente e determinada! Obrigada por buscar sempre e querer mais todos os dias. Obrigada por querer muito conquistar tudo que te move. Isso são ‘Coisas de Viver’“.
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