A missão de salvar a Terra de uma iminente chuva de asteroides gigantes é o que propõe o jogo lançado pela Scorplay na primeira edição da Gamescom Latam, a maior feira de criatividade e jogos eletrônicos do mundo. A empresa, especializada em soluções tecnológicas, levou o público da feira a uma experiência intergaláctica e imersiva que combina realidade virtual com a adrenalina de um giroscópio.
Com referências ao clássico jogo “Asteroids” da década de 70, a experiência transporta o usuário a um universo paralelo ambientado no ano de 2147. O jogador principal assume a persona do destemido comandante Astro, que reside na frota estelar do metaverso do jogo e é a última esperança da humanidade que vive na Terra.
A ideia de lançar o projeto partiu do olhar de Geraldo Garcia, CEO e fundador da Scorplay, de promover experiências que unem o físico e o digital. O jogo será disponibilizado em versões mobile, através do aplicativo proprietário da empresa que será lançado ainda em 2024, e em pontos físicos espalhados por shoppings de São Paulo com a versão jogável em giroscópio. Durante a Gamescom Latam 2024, o Caderno Pop conversou com Geraldo Garcia, que compartilhou sua perspectiva sobre as experiências imersivas e o futuro da Scorplay. Confira a conversa completa abaixo:
Qual foi o principal desafio que vocês enfrentaram no desenvolvimento dessa experiência?
Enfrentamos diversos desafios em várias camadas. Por exemplo, quando falamos de VR, há limitações em relação ao peso do game que pode ser colocado ali dentro para rodar de forma stand alone. Otimizar o jogo e criar uma mecânica divertida, sem ser chata, foi um grande desafio, mas conseguimos superar com sucesso.
Outro desafio foi o próprio equipamento. Na parte de engenharia, tivemos que sincronizar os movimentos aleatórios do giroscópio com os sensores do óculos VR, sem perder o chão. Além disso, tivemos que gerenciar as forças aleatórias do equipamento, que reagem de forma diferente dependendo do balanceamento de cada jogador. Desenvolvemos um sistema de computação embarcado para conseguir fazer essa gestão de potência.
Nosso objetivo era que o público se divertisse sem perceber toda essa engenharia por trás. Tivemos desafios em todas as partes, mas conseguimos superá-los.
Como foi o feedback do público em relação a essa experiência?
O feedback foi sensacional. Vou explicar por quê. Quando você olha para o equipamento, ele gera um certo receio. Lançamos o equipamento no Big Brother do ano passado, numa festa. Foi desafiador porque o pessoal já estava curtido e calibrado. Ficamos apreensivos sobre o que esperar dessa situação. Mas, surpreendentemente, apesar do medo inicial, todo mundo saía fascinado. O desafio de superar o medo se tornou parte da experiência, criando uma brincadeira espontânea entre as pessoas.
Vou contar um caso especial. Em uma das ativações, um senhor de cerca de 70 anos ficou olhando o equipamento por meia hora, indeciso. Perguntei se ele queria tentar, e ele aceitou. Fui com ele e foi uma experiência maravilhosa. Quando terminamos, ele disse que todos deveriam passar por isso, pois é uma experiência libertadora. Ele era professor de teatro e disse que a experiência o ajudou a se libertar de seus traumas. Isso me marcou muito, pois mostrou que cada pessoa tem uma percepção única do brinquedo.
Existe diferença em preparar uma experiência para uma feira de games e para um evento como o Lollapalooza?
Geraldo Garcia: Independente do lugar, buscamos ativar o modo play de cada pessoa. Todo mundo é gamer, de alguma forma. A diferença está em perceber que, independente do evento, todos entram no mesmo estado de jogo. A preparação acaba se tornando fácil, pois todos são levados para a mesma dimensão. Se a experiência é boa, ela vai funcionar em qualquer lugar.
Como você vê o futuro da Scorplay daqui a cinco anos?
Nosso objetivo é criar experiências que marquem. Vivemos numa era pós-hype de metaverso, onde a tecnologia se popularizou, mas também houve uma distorção da percepção sobre ela. Queremos nos posicionar usando essa linguagem imersiva e lúdica, onde a realidade pode existir independente de ser virtual ou real. A experiência começa na cabeça, e isso é o que importa. Queremos acessar os gatilhos que entreguem essa percepção para cada usuário, independente do instrumento ou do momento.
Daqui a cinco anos, queremos ser a interface que elimina as fronteiras e entrega a melhor experiência, usando a linguagem dos games como forma de comunicação e criação de experiências inesquecíveis. Queremos que todos os participantes possam co-criar essa experiência, contribuindo com suas ideias e desejos.
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