A cantora Thabata lança nesta quarta-feira (20) o EP homônimo pelo selo Midas Music, comandado por Rick Bonadio. Thabata vive e convive com a música desde os 9 anos de idade, quando a mãe se casou com artista circense, ela foi morar no circo e começou a se apresentar neste cantando, de pop a sertanejo. O Caderno Pop conversou com a cantora, que falou sobre as dificuldades da carreira e sonoridade dos projetos. Confira logo mais abaixo.
Mais madura, seu timbre se mostrou adequado às bandas de axé, onde passou a fazer carreira. Até ser chamada para substituir Joelma na formação renovada, ao lado de Ximbinha, no Xcalypso. A experiência durou apenas 3 meses – divergências conceituais a fizeram desistir do cargo.
Descoberta por Rick Bonadio, através de uma live em uma rede social, com o produtor musical o trabalho de Thabata ganhou tamanha pluralidade de gêneros, remetendo ao Norte e Nordeste do país, de guitarrada a cúmbia e merengue, que eles inventaram de certo modo um gênero novo na música mundial.
“Credo, que Delícia” abre a porta com tudo o que tem direito – referência às guitarradas do Pará, ao calypso (gênero), ao tecnomelody, sintetizador e urgência na letra: “Tô cansada de me ver/No seu TBT/Você é meu passado/Não tô nem aí pra você/(…)O mundo dá mil voltas/Posso me arrepender”. O timbre imponente de Thabata sobressai em “Fim da Solidão”, onde o tecnomelody fica explícito na riqueza de componentes que o formam – algo como carimbó encontra maxixe e merengue em uma festa regada a Jovem Guarda.
O trabalho viaja ainda mais na latinidade em “Sessão Privê”, com violão quase flamenco e os ingredientes todos já citados, dosagem alta de Reggaeton e pé na tábua em cúmbia e merengue. O EP ainda conta com “Chicletim”, que faz um mexidão de tudo com tempero de axé e lambada entre efeitos eletrônicos.
Ouça o EP clicando aqui.
Leia entrevista com a cantora:
Você é do Rio Grande do Norte e agora está com um trabalho produzido em São Paulo. Você pretende focar sua carreira aqui no Sudeste?
Eu quero fazer um trabalho abrangente! Se trata de um projeto popular, mas mesclamos vários gêneros, com intuito de não limitar regiões e público. Pontuando minha identidade em cada canção.
No EP você manteve totalmente a sonoridade norte/nordeste com uma mistura de ritmo latino. Os próximos trabalhos (segundo EP, primeiro álbum) devem seguir esses estilos ou vai arriscar algo diferente?
Eu adoro desafios, gosto de passear por vários segmentos musicais! Isso só me acrescenta como artista! Contanto que minha identidade esteja massificada no projeto, não vejo empecilhos.
O Rick Bonadio te descobriu em uma live em rede social. Conta um pouco como foi isso, “quem achou quem” na história.
Isso! Ele que me encontrou! Até então, eu só encontrava com ele nos meus sonhos. Rs Achava um sonho muito distante da realidade. Mas mesmo que demore, Deus sempre nos surpreende com o melhor! Ele é a melhor coisa que poderia acontecer na minha carreira e na minha vida!
Você já tinha uma carreira sozinha, depois decidiu entrar para o Xcalypso. Saiu e seguiu em carreira solo até assinar o contrato com o Midas. Rolou algum receio no meio de todas essas mudanças?
De fato, a carreira artística é decididamente algo imprevisível! A minha sempre foi repleta de altos e baixos! Já pensei em desistir algumas vezes, mas esta sensação nunca perdurou por mais de 1 minuto. Arte é o que me move, é o que me alimenta! Eu só consigo me sentir completa com a música. Por isso que eu sempre estou disposta à continuar lutando!