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Recentemente a cantora e compositora Rafaella Meirelles lançou seu mais novo single: “Se Perdeu No Personagem”, faixa que sucede as canções “ponto e pronto” e “Dias Frios de São Paulo” e que já está disponível em todas as plataformas digitais. A música é um lançamento do selo musical Marã Música.
Acostumada a compor inspirada em suas experiências de vida e relacionamentos amorosos, desta vez não foi diferente. A letra autoral do novo som fala sobre um antigo namoro da cantora, que acabou de forma repentina e a surpreendeu.
O single chega com o objetivo de transmitir uma mensagem importante: mostrar que o fim de um relacionamento não é o fim do mundo e que não se depende do outro para viver. E para saber mais detalhes sobre este trabalho, Rafaella concedeu uma super entrevista aqui para o Caderno Pop e vocês podem conferir tudinho agora:
“Se Perdeu No Personagem” é o seu mais novo single. Como está sendo ver ele no mundo?
Está sendo muito melhor do que eu imaginei! Como sempre falo, em todo lançamento tento manter minhas expectativas bem realistas, já lanço uma música trabalhando na próxima, e sei que ainda tenho muito caminho pela frente. Como lanço todo mês, é tudo muito corrido, quase não tenho tempo pra aproveitar o lançamento, mas essa faixa me trouxe um sentimento diferente das outras. Eu não sei nem explicar, mas estou muito realizada. A recepção tem sido incrível, a música está linda, o clipe, está tudo lindo! Acho que foi a música que me deu mais trabalho, mas o que falam é verdade, o trabalho realmente compensa! Não tem absolutamente nada nessa música que me incomoda, que eu mudaria, acho que com cada lançamento a gente aprende um pouquinho mais. Sinto que cresci muito durante todo esse processo e tenho certeza que vou ficar cada vez melhor e cada vez mais orgulhosa. Toda música me ensina muita coisa e é uma evolução muito visível. Me sinto muito feliz!
A letra da canção foi inspirada em um antigo relacionamento seu. Como surgiu a ideia de transformar isso em música? E como foi compor esse single?
Eu gosto muito de escrever sobre momentos importantes que acontecem ou já aconteceram na minha vida, e senti que essa era uma parte muito importante da minha vida que precisava ser contada. Na hora de escrever essa música, eu quis lembrar de tudo que estava sentindo na época do meu término em 2019. Não foi tão fácil como escrever sobre algo que estou passando agora, porque foi uma coisa que eu já senti e que hoje não me afeta tanto. Sempre ficam marcas, ainda mais tendo sido um relacionamento tão longo e intenso, namoramos por 4 anos, moramos juntos… Mas com certeza a dor não é mais aquela do passado. Mesmo assim, me lembrava muito bem de ter ficado arrasada, de sentir um um luto enorme, luto de ter perdido meu melhor amigo e a pessoa que mais confiava, meu companheiro. Ao mesmo tempo, hoje que tudo já passou, consigo enxergar o que na época eu não via: que sou/estou melhor sem ele, que sou forte, que consigo me reerguer. Na letra dessa música misturei esses dois sentimentos, o da dor que eu senti, mas também o da superação. O single sobre esse término que pra mim foi muito repentino. Um dia a gente estava namorando, no outro não, e ele parecia muito bem com tudo que estava acontecendo. Acho que ele se perdeu um pouco no papel de namorado apaixonado que queria ficar comigo pra sempre, porque foi uma mudança muito brusca de comportamento. Em um dia me amava muito, e no outro só queria ser livre. Mas há quanto tempo ele queria ser livre sem me falar nada? Ou pior ainda, me falando o exato oposto? Fui colocando tudo no papel, escrevi uma letra enorme, mas não divido em verso, refrão etc, só fui escrevendo, como um poema. Depois apresentei ela pro meu produtor musical (Ricky Ndombashi), pensamos no tipo de melodia que queríamos pra ela, queríamos que fosse uma melodia mais calma, no violão, porque estamos entrando no inverno. Como eu escrevi muita coisa, eu fui separando o que pra mim era essencial ter nessa letra, fomos podando, cortando e a música nasceu!
Para o processo de produção você contou com a ajuda do seu produtor e teve Giulia Be como inspiração. Conta pra gente como chegaram à essa proposta.
Conversei com o Ricky sobre como seria meu próximo single, a gente sempre faz assim. Eu pergunto “Ei Ricky, o que você acha que a gente pode fazer agora?”. Como meu objetivo é ter músicas muito diferentes uma da outra, é sempre um desafio pensar em como vai ser a próxima. Ele me disse que como a música lançaria no inverno, seria legal um pop leve, no violão e me mandou várias referências legais. Eu escolhi como base “se essa vida fosse um filme” porque acho uma música muito boa. Ela é leve, mas não necessariamente parada. Ela fica na cabeça, bombou com uma trend no tiktok, eu mesma adoro essa música. Inspirado nisso, também fiz questão de colocar a frase daquele meme “coloca um cropped e reage minha filha”! Acho que é atual, e dá uma ótima trend!
Que mensagem você busca passar com essa faixa?
Esse single tem duas propostas. Pras pessoas que estão passando por um término difícil a mensagem é: vai dar tudo certo, vai passar, sei que dói, mas você é forte. Reage!!! Você é melhor do que isso. Pras pessoas que já superaram a mensagem é: olha só onde a gente chegou! Um ex não consegue te derrubar! Como mencionei antes, essa música tem dois lados, o da dor e o da superação. As pessoas mentem, nos enganam “se perdem no personagem”, mas a gente não precisa disso. A gente não precisa ter do nosso lado pessoas que não nos acrescentam, que não são honestas, nós merecemos o melhor. É aquele ditado, melhor sozinho do que mal acompanhado, porque a gente se basta, nossa felicidade não depende de ninguém. Também quero que as pessoas escutem e se identifiquem, consigam se ver na minha história, e se sintam menos sozinhas. O pior sentimento do mundo é chorar de saudade enquanto a outra pessoa parece muito bem e muito decidida de te cortar. Mas no final, é livramento, Deus sabe o que faz!
O quão especial é essa faixa para você?
Nossa, é especial demais. É a primeira faixa que eu realmente investi em clipe, foto, identidade visual. Nas primeiras músicas eu pedi ajuda pra alguns amigos pra gravar, editar, até capa de álbum eu já fiz. Editava todas as fotos, fazia arte de pré save sozinha, mas senti que era muita coisa e que eu estava enlouquecendo! Nessa faixa eu decidi investir mais dinheiro e valeu cada centavo, desde a gravação do clipe até o design da capa, ficou tudo impecável. Eu tenho muito orgulho de ver esse trabalho lindo no mundo, e a recepção tem sido incrível. Não tem nada mais reconfortante do que ver seu trabalho sendo apreciado e reconhecido, só tenho a agradecer!
E veio acompanhada de videoclipe. Conta pra gente como foi gravar?
Foi uma experiência muito única e gratificante. Eu nunca tinha gravado com uma equipe, geralmente eu mesma fazia minha maquiagem, convidava uns amigos muito talentosos pra me ajudar, e ia deixando a vida me levar. Não tinha tanto planejamento, era mais um “segura na mão de Deus e vai”! Dessa vez eu criei um roteiro muito certinho na minha cabeça, apresentei pro Caio Viegas que é um profissional incrível. Chamei a maquiadora Duda Döhnert pra me acompanhar, expliquei pra ela todo o processo e tudo que se passava na minha cabeça. Separei inspiração de maquiagem, roupas e pensei em cada cenário com muito carinho. O Caio e a Duda executaram perfeitamente tudo que eu tinha pensado, fizeram um trabalho realmente impecável, meu sentimento é só de gratidão por Deus ter colocado pessoas tão incríveis no meu caminho. Foi uma gravação leve, super divertida, rimos muito, conversamos, o tempo passou voando. Gravamos tudo em um dia só, foi cansativo mas é aquele cansaço com sensação de dever cumprido. Eu estava muito insegura porque muitas vezes tenho dificuldade de me achar bonita em vídeo, mas o Caio e a Duda fizeram eu me sentir a mulher mais linda do Brasil. Saí dessa gravação com a autoestima lá em cima, e muito orgulhosa do que a gente produziu.
Essa é a sua terceira faixa do ano! O que cada uma representa para você?
Cada uma das minhas autorias tem um significado muito especial e um espaço muito grande no meu coração. “Ponto e pronto” foi minha primeira música lançada, e ela pra mim é um tapa na cara de todo mundo que disse que eu não ia conseguir, de todos que me acharam maluca por ter começado a investir nas redes sociais e na carreira de cantora. Meu perfil do Spotify foi criado com ela, foi a primeira vez que gravei música própria em estúdio, essa música veio cheio de “primeira vez”. Ela fala sobre toda a ansiedade desse novo capítulo, mas também sobre como tenho certeza que vou superar todos os obstáculos que a vida me jogar. Cresci muito com ela, não sabia muito bem o que eu estava fazendo, mas aos poucos fui entendendo e pegando o jeito da coisa. Com “Dias frios de São Paulo”, peguei tudo que eu aprendi e coloquei em prática, já foi bem mais fácil do que a primeira. Ela fala sobre um menino que estava ficando e disse do nada que queria ser só meu amigo. Escrevi ela em um momento de tristeza, e o meu maior orgulho foi ver minha dor transformada em arte. Essa música pra mim é uma carta aberta, realmente rasguei meu coração nessa letra, foi a que me senti mais exposta e vulnerável. Tem que ter muita coragem pra escrever uma letra sincera como essa, sem se esconder, sem pensar no que os outros vão achar, sem pensar em julgamentos. Essa faixa pra mim fala muito sobre a minha verdade, e mostra o meu lado mais sensível. “Se Perdeu no Personagem” pra mim é a história que eu precisava contar. É uma parte de mim que precisava existir em música. É parte de quem eu sou, fala sobre um acontecimento muito marcante na minha vida que não posso apagar ou fingir que não aconteceu. Fala sobre meu primeiro amor, meu primeiro namorado e meu primeiro término. Acho que o nosso primeiro amor é sempre aquele que marca mais, o mais intenso e foi uma dor que nunca senti antes. Como também foi o single que mais investi, ela marca o começo de uma Rafaella muito mais madura musicalmente.