Quando você chega aos 3m40s de “Mundo Paralelo”, música que abre o EP “Ao Vivo em Portugal”, e Vitor Kley segura a canção só no violão, pede para que todos no público se abracem e cantem o restante da canção, surge a pergunta: como essa onda positiva do cantor chegou tão longe? Pois a resposta está nas seis músicas que fazem parte do registro das duas turnês e nove shows que ele fez pelo país irmão em 2019 e que é lançado agora pelo Midas Music.
Vitor começou a conquistar Portugal ao decidir sua trajetória, quando definiu que seu propósito artístico e de vida não conhecia fronteiras: sua mensagem chegaria ao maior número de pessoas possível, sem limites, e todos que pudessem acompanhá-lo ao vivo sairiam dos seus shows melhores do que quando entraram.
Por isso é tão sintomático que abra o trabalho com “Mundo Paralelo”, canção composta na época do registro “Microfonado” (2019) e que trata desses tantos mundos paralelos que vivenciamos hoje em dia, sendo que todos sempre se encontram no amor.
Portugal aprendeu isso poucos meses depois do Brasil. Começou pela chuva de mensagens no mundo paralelo das redes sociais e conexões digitais. Vitor levou a trupe para o país, sua música começou a ser tocada nas rádios, TVs e rodar com calor plataformas de streaming. Até que o termômetro apontou que a febre pedia shows por lá.
Ele foi no verão europeu e fez quatro shows com lotação esgotada, para públicos que variavam de 5 mil pessoas até festivais para mais de 40 mil. Voltou ao Brasil com passagem de retorno à Europa e no final de 2019 se apresentou mais cinco vezes – três apresentações foram registradas em áudio e vídeo, despretensiosamente.
“Quando você viaja para tão longe, dá um nervosismo. Não sabe como será recebido de fato, mas aí vê os shows cheios, a galera pirando, não tem como não registrar”, diz Vitor.
Portanto, o que se ouve no EP sob a produção de Vitor, Renato Patriarca, Bruno Kley e Equipe VK, são apresentações ao vivo com o calor real do público. “Teve show em coliseu, lugares onde a Madonna toca. A vibe em Portugal é incrível”, completa Bruno.
O “Pá-Pá-Pá-Ra-Pá” do começo da segunda música, “ A Tal Canção para a Lua”, cantada em uníssono pelo público é para valer e de coração. É entoada por uma platéia portuguesa, que a conheceu primeiramente na versão microfonada junto a Samuel Rosa, do Skank, um ou dois meses antes do show.
“Morena”, a seguir, marca mais do que outro hit do cantor. É a canção que comprovou que sua mensagem e missão não conheciam barreiras, já que foi lançada na sequência da música mais tocada de 2018, “O Sol”. E Vitor entrega “Morena” ao público lusitano: “Esta canção pertence a todos vocês”, no que eles agradecem cantando-a.
O suíngue tropical de “Como se Fosse Ontem”, em suas linhas de baixo e groove dançante, faz a ponte para o megasucesso “O Sol”, que obviamente aquece desde o primeiro minuto, quando Vitor conduz o hit no violão, voz e coro de público.
A música que encerra o EP, “Adrenalizou”, tem mais uma parada estratégica aos 3 minutos de execução. Vitor chama alguns fãs portugueses ao palco, para receberem a dose de adrenalina de mais perto ainda, pede que o público inteiro se agache e ao seu comando pule, em explosão musical e física.
É a materialização sonora da carta de princípios do artista, de que sua mensagem carregada de luz chegue ao maior número de pessoas e que essas, se tiverem a oportunidade, saiam de uma apresentação ainda mais motivadas. Isso vale também para os que acompanham o show pelo fone de ouvido ou em vídeo, como neste registro que é lançado. Pois a lição de que o mundo precisa sempre de mais amor não conhece fronteiras nem limites.
“E nós vamos mais longe ainda. Vamos para países onde nem falam português e em que as pessoas cantem errado mesmo. Não importa. Nós vamos até dominar o mundo com amor”, promete Vitor.
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