“A Primeira Profecia” chega com uma missão delicada: explorar as origens de “A Profecia” (1976), um clássico absoluto do terror. O desafio é claro, mas o filme, dirigido por Arkasha Stevenson, faz isso com uma mistura de reverência e ousadia. Aqui, acompanhamos Margaret (Nell Tiger Free), uma jovem americana enviada a Roma para servir à igreja, enquanto tenta lidar com mistérios que vão muito além da fé que jurou seguir.
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Margaret não é a típica protagonista de filmes do gênero. Ela carrega uma curiosidade inquietante que a faz questionar tudo ao seu redor, principalmente depois de conhecer Carlita, uma garota calada que vive no convento. Esse encontro a empurra para territórios perigosos, onde segredos sombrios e uma ameaça antiga aguardam. E é aí que a performance de Nell Tiger Free brilha. A atriz entrega cada nuance emocional com uma intensidade hipnotizante. Sua transformação ao longo da trama, de ingênua a desafiadora, é tão interessante que é impossível desviar o olhar.
Roma, como cenário, faz mais do que compor o visual. Há algo especial na forma como a cidade vive em contraste com o convento. Margaret ainda tem momentos de liberdade, passeando pela arquitetura barroca e interagindo com o mundo lá fora, antes de se prender aos votos. É nesse contraste que o filme constrói boa parte de sua tensão: cada decisão dela parece pesar mais, porque sabemos o que está em jogo. Uma cena no Palazzo Altemps, por exemplo, onde frescos evocam o Éden, adiciona camadas ao que seria apenas uma conversa. São detalhes como esse que tornam a experiência rica.
Claro, nem tudo é perfeito. O filme perde força no meio, como se hesitasse antes de retomar a confiança na reta final. É um problema menor, mas perceptível. Um ajuste no tempo de tela – talvez vinte minutos a menos – teria dado mais dinamismo ao conjunto.
Mas a direção de Arkasha Stevenson eleva tudo. É nítido o cuidado com cada enquadramento, cada sombra. Ela tem um olhar afiado para o terror, equilibrando tradição e frescor. Se este for um indicador do que ainda pode produzir, os fãs do gênero podem esperar grandes coisas.
Por fim, “A Primeira Profecia” traz aquele toque de mistério que só Roma parece oferecer. Para quem já visitou a cidade, é quase inevitável revisitar memórias – como aquela manhã tranquila em uma igreja qualquer, observando o silêncio ser interrompido por passos discretos e preces rápidas. Para quem não conhece, o filme talvez desperte o desejo de explorar o lugar. E não é justamente isso que um bom prelúdio deve fazer? Expandir o universo, sem esquecer a alma do original.
O filme lançado em 2024 faz parte dos destaques do catalogo do streaming Disney+.
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