Em uma era de referências e nostalgia, surge “Corte no Tempo“, um thriller adolescente que aposta na mistura de suspense, viagem no tempo e drama familiar. Ocupando firme a liderança na Netflix e se mantendo no Top 3 dos mais assistidos no Brasil, o filme segue a jovem Lucy (Madison Bailey), que, ao encontrar uma máquina do tempo, é transportada para 2003, ano em que sua irmã, Summer Field (Antonia Gentry), foi brutalmente assassinada. A trama se desenrola enquanto Lucy tenta ajustar-se ao passado e desvendar o mistério que destruiu sua família, tudo enquanto encara as consequências de alterar o futuro.
Comparações são inevitáveis, especialmente com “Totally Killer“, de lançamento recente, já que “Corte no Tempo” compartilha uma estrutura narrativa, até uma máscara semelhante, e até mesmo os mesmos elementos nostálgicos de um passado não tão distante. “Corte no Tempo” às vezes passa a sensação de uma versão mais suave e “cafona” da produção predecessora.
Visualmente, falta uma identidade marcante dos anos 2000, um desafio, talvez, mas que distancia a ambientação de seu suposto contexto histórico. O filme é constantemente interrompido por cenas clichês e sub-tramas que não acrescentam à narrativa central e parecem mais uma distração do que um aprofundamento.
Ainda que apresente momentos de vulnerabilidade genuína e alguma tentativa de pathos, a história se perde ao focar em romances de ensino médio e diálogos previsíveis que parecem desconectados do arco emocional principal. Em meio a esses desvios, fica evidente que o filme teria mais a oferecer se arriscasse menos nas convenções do gênero e investisse no potencial psicológico e emocional da premissa.
O resultado é uma experiência divertida, mas esquecível, boa para passar o tempo, embora repleta de oportunidades perdidas.