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Crítica: “Dreams”

Texto: Ygor Monroe
25 de junho de 2025
em Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas
0

“Dreams” é uma obra que desloca a ideia de romance para um território incômodo, onde o afeto se apresenta como disfarce narrativo para tensões de classe, relações de poder e desigualdade estrutural. Michel Franco entrega um drama aparentemente direto, mas que opera como diagnóstico de um modelo relacional sustentado pela assimetria. O filme questiona o mito da meritocracia afetiva e o esvaziamento político de discursos liberais quando confrontados com os efeitos materiais da realidade social.

Confira a programação de junho da Mostra Cine Guerrilha

Crítica: "Dreams"
Crítica: “Dreams”

O ponto de partida parece simples, mas o que se instala é um campo de disputa. O desejo do protagonista por ascensão não é romântico, é condicionado por estruturas históricas e econômicas que se impõem como barreiras sistemáticas. O filme desmascara a romantização do esforço individual ao colocá-lo em choque com os limites impostos por nacionalidade, classe e capital simbólico. A mobilidade social aqui não é uma possibilidade, é um delírio sustentado pela fantasia de quem está em posição de privilégio.

A performance de Isaac Hernández revela um personagem moldado por um corpo disciplinado, mas emocionalmente corroído. Seu gesto performático, enquanto bailarino, encontra contraste na vulnerabilidade silenciosa com que lida com os dispositivos de exclusão. Não há espaço para idealizações em sua trajetória. A dança, que poderia ser um vetor de emancipação, torna-se também instrumento de submissão. A arte, nesse contexto, não redime. Ela expõe.

Jessica Chastain, por sua vez, interpreta uma mulher marcada pelo paternalismo disfarçado de filantropia. Sua personagem representa o que há de mais corrosivo nas práticas liberais: a crença de que é possível oferecer oportunidade sem ceder controle. Ela acolhe, apoia e patrocina, mas sempre a partir de uma posição hierárquica, preservando sua autoridade simbólica sobre o outro. A relação entre os dois jamais é horizontal, mesmo quando se fantasia de paixão.

Narrativamente, Franco opta por uma estrutura austera, quase minimalista. Cada cena responde a uma função específica. Não há floreios, nem espaço para digressões. O roteiro avança como quem executa uma cirurgia: frio, preciso, consciente do desconforto que provoca. A linearidade da trama, longe de ser um problema, é recurso consciente para esvaziar qualquer expectativa melodramática e reforçar o caráter analítico da proposta. Trata-se de uma obra que se organiza a partir de uma ética da contenção.

Visualmente, o filme investe em planos abertos que exploram a vastidão do espaço como contraponto à compressão interna dos personagens. O cenário, embora deslumbrante, funciona como território hostil. A estética, nesse caso, não serve à contemplação, mas à denúncia. A paisagem é o palco da desigualdade e da ilusão de pertencimento.

“Dreams” é uma crítica frontal à fetichização da superação. O que está em jogo não é o amor, mas o custo que ele exige de quem vive à margem. Franco tensiona o espectador o tempo todo, recusando soluções fáceis ou saídas redentoras. O filme revela que, em contextos atravessados por abismos estruturais, até mesmo o afeto pode ser uma forma de opressão.

A potência de “Dreams” está justamente em sua recusa ao espetáculo. Não há grandes reviravoltas, nem apelos emocionais explícitos. Há uma progressão silenciosa, que opera pela repetição, pela frustração e pelo desencanto. É nesse silêncio incômodo que o filme constrói sua força crítica. Michel Franco não está interessado em consolar, mas em expor. E o que expõe é o fracasso das narrativas românticas quando confrontadas com a realidade material de quem nunca teve escolha.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 4 de 5.

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