“For Cryin’ Out Loud!“, o segundo álbum de estúdio de Finneas, chegou hoje para nos lembrar porque ele é um dos nomes mais promissores da música atual. Seguindo seu álbum de estreia, “Optimist“, este novo projeto é um salto significativo na sua evolução como artista e produtor.
Produzido em uma série de sessões ao vivo em estúdio, o álbum reflete uma abordagem mais colaborativa em comparação ao seu antecessor. Finneas afirmou em uma entrevista que estava determinado a se distanciar da mentalidade do “produtor de quarto” e abraçar um ambiente de estúdio clássico. Essa mudança é evidente nas texturas ricas e nas camadas sonoras que permeiam as faixas, criando um som mais coeso e dinâmico.
Musicalmente, Finneas explora uma variedade de estilos, mantendo a essência do pop alternativo, mas com um toque nostálgico que remete a épocas de ouro do Coldplay. A produção é sofisticada, com guitarras plucky e um uso inteligente de elementos eletrônicos que mantêm as faixas atuais. O álbum abre com “Starfucker”, que, apesar de claramente inspirado por referências de trabalhos anteriores, consegue se destacar pela entrega dramática e pela produção polida que flerta com uma ideia inovadora, que permeia no decorrer do disco.
O disco toca em temas universais de amor e relacionamentos complicados. Embora esses tópicos sejam comuns na música pop, Finneas apresenta letras que se afastam do clichê, oferecendo uma perspectiva mais introspectiva e autêntica. As faixas “What’s It Gonna Take To Break Your Heart?” e “Family Feud” são exemplos de como ele consegue conectar-se emocionalmente com o ouvinte, utilizando uma linguagem acessível e ao mesmo tempo poética.
Entretanto, nem todas as escolhas são bem-sucedidas. Faixas como “Same Old Story” e “Sweet Cherries” apresentam uma estrutura que pode deixar a desejar, com um desenvolvimento que parece se arrastar e algumas transições abruptas que causam estranhamento. A divisão em “Sweet Cherries” parece falta de coesão, como se duas músicas diferentes estivessem sendo forçadas a coexistir sem um fio condutor que as conecte adequadamente.
Apesar dessas falhas, Finneas demonstra uma habilidade inegável como produtor e compositor. A faixa-título, “For Cryin’ Out Loud!”, traz um apelo melódico irresistível, enquanto “Lotus Eater” se destaca por sua produção reminiscente do indie rock dos anos 2000, evocando nostalgia de uma forma genuína e eficaz.
Em comparação a “Optimist“, “For Cryin’ Out Loud!” é um trabalho mais limpo e coeso, embora perca um pouco da ousadia e das escolhas de produção mais experimentais que tornaram o álbum anterior tão intrigante. Para novos ouvintes, este pode ser um ponto de partida perfeito na discografia de Finneas, mas para os fãs de longa data, pode deixar uma sensação de que a alma do artista foi um pouco suavizada.
No geral, “For Cryin’ Out Loud!” é um disco sólido, que marca um passo significativo na carreira de Finneas. Ele mostra que o artista está se estabelecendo como um dos grandes nomes da nova geração, combinando habilidade técnica com um toque pessoal que ressoa.
Nota final: 75/100
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