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Crítica: “Madame Durocher”

Texto: Ygor Monroe
18 de julho de 2025
em Cinema/Filmes, HBO Max, Resenhas/Críticas, Streaming

Histórias de pioneiras costumam carregar um peso histórico natural. Quando bem contadas, se tornam obras fundamentais. Quando perdem o controle da linguagem, do tom e da dramaturgia, apenas documentam, sem emocionar. “Madame Durocher” parece pender para esse segundo grupo. A cinebiografia da primeira mulher a ser reconhecida como parteira e membro da Academia Imperial de Medicina no Brasil tem tudo para ser um marco, mas tropeça na forma como tenta dar conta de tudo sem se comprometer com nada.

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Crítica: "Madame Durocher"
Crítica: “Madame Durocher”

Marie Josephine Mathilde Durocher é uma personagem que o cinema brasileiro precisava olhar de frente há muito tempo. Francesa que chegou ao Brasil aos 7 anos, perdeu a mãe, perdeu o marido, decidiu aprender a profissão de parteira, foi impedida de estudar medicina integralmente por ser mulher e, ainda assim, se diplomou. A trajetória é grandiosa, marcada por tragédias pessoais e enfrentamentos sociais, cercada por uma estrutura patriarcal e escravocrata que tentava impedi-la de existir profissionalmente. É um material rico, contundente e politicamente necessário.

Mas o filme dirigido por Dida Andrade e Andradina Azevedo falha justamente onde deveria ser mais preciso: na construção do tempo, da personagem e da narrativa que sustenta seu legado. A montagem nervosa, que parece sempre à beira de um trailer estendido, transforma momentos importantes em passagens apressadas. A urgência que deveria existir dentro da personagem se materializa de forma descontrolada na forma do filme, que corre tanto que não respira, não permite conexão e nem desenvolve o que se propõe a apresentar.

O roteiro se perde ao tentar empilhar acontecimentos históricos, perdas pessoais e debates sociais sem organizar dramaturgicamente essas camadas. Em vez de construir tensão, acúmulo emocional ou complexidade, o texto opta por diálogos rasos, expositivos e anacrônicos. Certas falas soam como postagens de redes sociais coladas a esmo em um filme de época. A cena em que Durocher dialoga com um professor negro livre, por exemplo, tem potencial de tensão, mas se dissolve em uma discussão artificial e forçada, onde a complexidade do racismo estrutural e do machismo são diluídas num embate quase caricatural, que beira o cômico involuntário.

A reconstituição histórica também é uma promessa frustrada. Tudo parece limpo demais, teatral demais, artificial demais. A estética lembra produções televisivas de época que tentam simular o passado com figurino bonito, mas pouco peso visual. A direção de arte, os enquadramentos, a fotografia e o uso dos espaços são todos funcionais, mas genéricos. Nada nesse cenário respira autenticidade ou vivência. A passagem de tempo, essencial para compreendermos a dimensão da trajetória da protagonista, é desastrosa. O espectador salta de eventos importantes para outros ainda mais importantes, sem que haja qualquer elaboração emocional entre eles.

Sandra Corveloni segura o filme como pode, com uma entrega que em muitos momentos supera o material que lhe foi oferecido. Há algo de intenso e sincero na sua presença em cena, mas o roteiro lhe oferece pouco espaço para silêncio, profundidade e pausa. A personagem passa por dores enormes, mas o filme não lhe concede tempo para vivê-las. A sucessão de tragédias esvazia o impacto de cada uma delas, fazendo com que, ironicamente, a protagonista pareça indiferente à própria história.

“Madame Durocher” quer ser urgente, mas não sabe como canalizar essa urgência. Acredita que correr é o mesmo que emocionar. Aposta que empilhar opressões é o mesmo que gerar empatia. Tenta ser relevante, mas ignora que relevância exige consistência, estrutura e coragem narrativa. O que resta é um filme que reconhece a importância de sua personagem, mas não sabe como elevá-la à altura de sua história.

“Madame Durocher”
Direção: Dida Andrade, Andradina Azevedo
Elenco: Sandra Corveloni, Marie-Josée Croze, Jeanne Boudier
Disponível na HBO Max

⭐⭐

Avaliação: 2 de 5.

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