Quando um filme de terror surge com a proposta de subverter expectativas, é natural que se espere algo marcante. “Natureza Violenta” tenta fazer exatamente isso, ao contar sua história pela perspectiva do assassino. Essa abordagem ousada, que foge do padrão do gênero, traz elementos intrigantes, mas acaba deslizando em alguns aspectos ao longo do caminho.
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A trama gira em torno de Johnny, um assassino morto-vivo que, após 60 anos, retorna à vida devido a um incêndio florestal. Ressurgido, ele começa a perseguir um grupo de jovens em férias. A premissa, embora pouco original e claramente inspirada em clássicos como Sexta-Feira 13, é bem executada, oferecendo ao público um ambiente sombrio e visualmente impressionante. As locações, com suas florestas densas e lagos deslumbrantes, são um dos grandes destaques do filme, criando uma atmosfera envolvente que realmente transporta o espectador.
A escolha de filmar sob a ótica do assassino, em terceira pessoa, é um diferencial interessante, mas deixa a sensação de que uma abordagem em primeira pessoa poderia ter intensificado ainda mais a experiência. Apesar disso, o filme acerta em alguns detalhes: o design de Johnny é assustador, suas ações são brutais e há cenas de morte que certamente fazem o público estremecer. Porém, o número de vítimas é menor do que se espera de um slasher, e o ritmo lento – com longas sequências de personagens simplesmente andando – prejudica a fluidez da narrativa.
Outro ponto que chama a atenção é a ausência de trilha sonora. O silêncio constante aumenta a tensão e a sensação de realismo, mas também pode tornar o filme mais arrastado para quem busca algo com mais dinamismo. Já os personagens, infelizmente, deixam a desejar. É difícil criar conexão com eles, o que reduz o impacto emocional quando estão em perigo.
“Natureza Violenta” é um slasher visualmente bem-feito, com boas ideias e momentos marcantes, mas que se perde em sua lentidão e falta de inovação. Para os fãs do gênero, é uma experiência válida, ainda que não inesquecível. Com sorte, uma sequência poderá explorar melhor seu potencial, entregando mais mortes, um enredo mais dinâmico e personagens que realmente prendam o público. Como está, o filme é mais uma homenagem ao passado do que uma reinvenção real.
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