“Nickel Boys” é uma experiência cinematográfica intensa, que nos mergulha na brutalidade e na esperança em meio a uma realidade segregacionista. Adaptado do aclamado romance vencedor do Pulitzer de Colson Whitehead, o filme tem como alicerce a amizade entre Elwood e Turner, dois adolescentes negros enviados para a sombria “Nickel Academy”. Lá, enfrentam abusos inimagináveis enquanto tentam encontrar maneiras de resistir, sobreviver e, acima de tudo, manter sua humanidade.
O filme apareceu em previsões de renomadas publicações, como a Variety. Além disso, segue em campanha para a premiação do Oscar, marcada para março de 2025.
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A narrativa visual é um espetáculo à parte. As tomadas em primeira pessoa criam uma conexão visceral com os personagens, especialmente com Elwood, cujos olhos capturam desde a afeição de sua avó, Hattie (em uma atuação memorável de Aunjanue Ellis-Taylor), até as sombras mais cruéis da detenção. A sensação é de estar imerso no corpo do protagonista sentindo cada golpe de esperança e violência em igual medida.
A cinematografia é impecável, trazendo uma qualidade quase imaculada para as cenas, mesmo nas passagens mais duras. É um tipo de beleza que transcende o sofrimento, mostrando como o cinema pode transformar dor em arte. Comparações com outros filmes, como o poético “All Dirt Roads Taste of Salt“, não são exagero, ambos compartilham uma habilidade rara de misturar delicadeza e densidade emocional.
Mas “Nickel Boys” vai além da estética. O roteiro é um quebra-cabeça narrativo que desafia o público, com saltos temporais e mudanças de perspectiva que inicialmente podem confundir, mas, ao final, revelam-se essenciais para a profundidade da história. Essa estrutura provoca desconforto, e esse é o ponto.
Sem didatismo ou sentimentalismo barato, o filme opta por mostrar o trauma de maneira indireta, fora de cena. Isso amplifica o impacto emocional, deixando o espectador preencher os silêncios com sua própria imaginação. É uma escolha narrativa poderosa, que humaniza os personagens e evita sensacionalismos.
É impossível sair ileso dessa experiência. Mais do que um filme, é um chamado à memória, uma reflexão à resistência e uma reafirmação da importância de contar essas histórias. Se você busca cinema que desafia e transforma, esta é uma obra que merece sua atenção.
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