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Crítica: “Os Quatro da Candelária”

Texto: Ygor Monroe
2 de novembro de 2024
em Minisséries, Netflix, Resenhas/Críticas, Streaming
0

“Os Quatro da Candelária” chega à Netflix como uma produção brasileira que retrata uma tragédia nacional, explorando de maneira profunda as complexas questões sociais que envolvem esse evento sombrio. Disponível com seus quatro episódios, a minissérie é uma parceria entre a Jabuti Filmes e a Netflix, dirigida por Luis Lomenha e Márcia Faria, e vai além de uma simples reconstrução da Chacina da Candelária. Com uma abordagem que combina drama biográfico e realismo emocional, os diretores nos conduzem a uma trama que homenageia a memória das vítimas sem recorrer ao sensacionalismo.

Para conferir o novo lançamento da Netflix basta clicar aqui.

Crítica: "Os Quatro da Candelária" | Foto: Netflix
Crítica: “Os Quatro da Candelária” | Foto: Netflix

Na noite de 23 de julho de 1993, em frente à Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, oito jovens foram brutalmente executados enquanto dormiam, vítimas de uma violência que os perseguiu desde cedo. “Os Quatro da Candelária” captura esse evento com uma autenticidade e uma carga emocional que ultrapassam o mero entretenimento, aproximando o espectador da dura realidade enfrentada por crianças e adolescentes de rua daquela época e, em muitos aspectos, de hoje.

O roteiro de “Os Quatro da Candelária”, escrito por Luis Lomenha, Renata Di Carmo e Luh Maza, nos conduz pelas últimas 36 horas desses jovens através de uma narrativa que não ameniza o impacto da realidade que retrata. A série nos leva a testemunhar a trajetória de quatro personagens interpretados com intensidade por Andrei Marques, Samuel Silva, Patrick Congo e Wendy Queiroz, que carregam a marca da exclusão e do descaso social. Cada detalhe no roteiro é trabalhado com cuidado para expor o abandono dessas crianças e a indiferença da sociedade ao redor, enquanto humaniza seus sonhos e medos. Não é um drama fácil de assistir, mas é um testemunho importante, uma narrativa que permite ao público compreender a profundidade do trauma causado pela violência urbana no Brasil.

A história real

A Chacina da Candelária não foi um incidente isolado, mas parte de um ciclo de violência que caracteriza as relações de poder e controle nas grandes cidades brasileiras. Naquela fatídica noite, um táxi e um Chevette de placas cobertas estacionaram em frente à Igreja da Candelária. Dos veículos, homens armados abriram fogo contra um grupo de crianças e adolescentes que dormiam nas proximidades, matando oito jovens e ferindo vários outros. O caso, além de escancarar a brutalidade com que a polícia e milicianos tratavam crianças em situação de rua, revelou uma face sombria da sociedade carioca, onde espaços públicos como a praça da Candelária eram usados como áreas de comércio ilegal e alvo de disputas violentas.

A série explora o horror dessa noite e investiga o contexto em que esses jovens viviam: a marginalização, a pobreza e o racismo estrutural. O roteiro é fiel ao evento, mas oferece ao espectador uma visão detalhada da investigação e das tentativas de silenciamento que vieram a seguir. Wagner dos Santos, um dos poucos sobreviventes, tornou-se uma testemunha crucial no processo, reconhecendo os acusados e resistindo a várias tentativas de assassinato, precisando sair do país. A narrativa explora esse cenário com precisão, sem perder a sensibilidade para com os personagens e suas histórias individuais. O sofrimento e o medo são palpáveis, e a série não hesita em mostrar as consequências traumáticas da chacina para os sobreviventes e suas famílias, cujas vidas foram irremediavelmente alteradas.

Em “Os Quatro da Candelária”, os diretores evitam romantizar ou dramatizar os eventos além do necessário. A câmera segue os personagens de forma íntima, revelando suas fragilidades e aspirações. A montagem, com transições cuidadosas e uma fotografia que privilegia a luz natural e os cenários urbanos decadentes, constrói uma atmosfera pesada e autêntica. As atuações de Andrei Marques, Samuel Silva, Patrick Congo e Wendy Queiroz são intensas e comprometidas, trazendo uma verdade visceral a cada diálogo e gesto. Em nenhum momento o elenco principal se permite cair na caricatura; pelo contrário, eles são imensamente humanos, o que intensifica a experiência do espectador.

Vale a pena assistir?

Sim, “Os Quatro da Candelária” é uma minissérie que se destaca pelo rigor técnico e pelo formato quase documental, ideal para discussões acadêmicas e contextos críticos. Com os quatro episódios já disponíveis na Netflix, a produção mantém um roteiro minuciosamente estruturado, conduzindo a narrativa de forma direta e objetiva, com um equilíbrio preciso entre exposição e contexto histórico. A ambientação reproduz com fidelidade os anos 90 e reflete as condições de vida das crianças de rua no Rio de Janeiro, conferindo um tom autêntico e imersivo ao drama.

O elenco principal, composto por Andrei Marques, Samuel Silva, Patrick Congo e Wendy Queiroz, oferece performances que capturam a complexidade dos personagens de forma contida e realista, evitando excessos dramáticos e mantendo a verossimilhança. A direção de Lomenha e Faria demonstra um controle técnico cuidadoso, apresentando uma narrativa consistente e sem apelos ao sensacionalismo. Com uma fotografia que privilegia luz natural e cenários urbanos desgastados, a estética visual da série reforça o peso da história, enquanto a montagem e as transições bem executadas mantêm o ritmo e a intensidade da narrativa.

“Os Quatro da Candelária” é uma obra que se destaca pela combinação de precisão técnica e relevância histórica, proporcionando uma experiência que une entretenimento e responsabilidade narrativa de forma significativa e respeitosa.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 4 de 5.

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