“Queen of the Ring” quer ser feroz, mas tropeça nas próprias pernas. Um filme biográfico esportivo de 2025, ele conta a história da primeira atleta feminina a ganhar um milhão de dólares em um mundo que cuspia no wrestling feminino. A trama tem graça? Tem. Impacto? Quase. Mas vamos por partes.
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A diretora tenta vender a narrativa como uma epopeia feminista embalada no suor e nas quedas do ringue. E em certo ponto, funciona. Emily Bett Rickards segura a bronca como Millie Burke com uma presença que mescla fragilidade e força bruta. Há faíscas autênticas ali, especialmente quando o roteiro não a transforma em uma alegoria ambulante do empoderamento feminino.
Mas é justamente aí que o filme se escorrega. Em vez de confiar na história que já é poderosa por si só, ele insiste em sublinhar cada mensagem com um marcador neon. Há momentos em que parece que a própria tela vai piscar um “Entendeu? Feminismo!”. E não me leve a mal, a mensagem é válida. Mas o excesso de didatismo tira o peso das cenas.
E a montagem? Um show de horrores. Cortes abruptos, fades desconexos e uma insistência em transições datadas fazem com que até a mais intensa das sequências perca o ritmo. Parecia que o editor estava brincando com os botões do software de edição sem qualquer planejamento. Além disso, a trilha sonora oscila entre o brilhante e o embaraçoso, com quedas de agulha tão desajustadas que me fizeram questionar se Baz Luhrmann andou metendo a mão por aqui.
O texto também se perde. Em alguns momentos, ele encontra nuances ao abordar a luta de Burke contra a misoginia do meio esportivo, oferecendo falas bem pontuadas. Mas outras vezes, a narrativa parece desesperada para reforçar conceitos já claros, enfraquecendo o impacto emocional.
Porém, não se pode ignorar o brilho das atuações. Rickards carrega o filme com dignidade e uma fisicalidade impressionante. Josh Lucas e Francessca Eastwood também brilham nos seus papéis, enquanto Walton Goggins, vendido como o grande chamariz, aparece em tela por meros dez minutos. Foi mais marketing do que participação real, um clássico truque de venda.
E sobre o Vince McMahon surgindo como se tivesse saído direto de um crossover dos Vingadores? Um exagero cafona, mas vou fingir que é uma homenagem à teatralidade do wrestling.
No fim, “Queen of the Ring” não é uma derrota por nocaute, mas também não leva o cinturão. Ele se segura por performances competentes e uma história de fundo poderosa, mas é traído por sua própria falta de finesse. Assista pela história de Millie Burke. Tolere o resto.
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