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Crítica: “Resurrection”

Texto: Ygor Monroe
6 de junho de 2025
em Cannes, Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas
0

Há filmes que se impõem com tamanho vigor estético que o espectador é forçado a se desfazer de qualquer expectativa. “Resurrection” não quer se explicar, não busca um arco de redenção nem um clímax satisfatório. Ele opta por uma linguagem do abismo, onde o sonho vira ruína, o corpo vira espaço e o tempo se curva à percepção. Essa escolha radical não apenas transforma a obra em um desafio sensorial, mas também em um ponto de inflexão na própria maneira de se pensar o cinema contemporâneo, principalmente dentro da indústria chinesa.

Confira a agenda de shows de junho em São Paulo

Crítica: "Resurrection"
Crítica: “Resurrection”

Bi Gan não opera em códigos habituais. Seu cinema é um gesto de desobediência. Aqui, tudo pulsa como fragmento: os sentidos, a mente, a matéria. Os enquadramentos se dissolvem como se as imagens tivessem sido capturadas por dentro de um delírio. A textura visual não busca beleza ou feiura, mas tensão. Há uma insistência em borrar os limites entre o tangível e o simbólico, entre a forma e o caos. É como se o filme fosse um organismo vivo, instável, permanentemente ameaçado por sua própria intensidade. Não há zona de conforto possível.

A estrutura em capítulos pode sugerir alguma ordem, mas ela é só uma pista falsa. O que Bi Gan propõe é um labirinto sensorial onde os sentidos não descrevem o mundo, eles o colapsam. É um cinema do vertigem, da instabilidade ontológica. Não há certeza se algo aconteceu de fato, se foi lembrado, inventado ou sentido por outra consciência. O espectador é jogado num fluxo onde a lógica perde para a experiência. E essa experiência, vale dizer, é violenta no melhor dos sentidos: exige presença, exige entrega, exige um olhar que aceite ser transformado.

A mise-en-scène flerta com o expressionismo, mas rejeita a nostalgia. A trilha sonora é usada como extensão do espaço, como se a imagem fosse apenas um detalhe dentro de algo muito maior e invisível. Tudo remete ao colapso, à reconversão do que entendemos por real. Ao transformar o cinema num exercício quase litúrgico de ruptura, Bi Gan reconfigura o gesto de assistir. O espectador não observa: ele atravessa.

“Resurrection” não quer ser compreendido. Ele quer ser sentido como quem sente uma febre. Há nele um desejo de transcendência que se recusa à clareza. Um incômodo que pulsa como verdade. É um filme para ser enfrentado, não consumido. Para ser debatido em silêncio. Para ser lembrado por detalhes que não se explicam. Há imagens aqui que vão habitar quem assiste com a força de um pesadelo antigo, desses que parecem não pertencer só a você.

No fim, a pergunta que resta não é o que foi entendido, mas o que foi movido. O que Bi Gan desperta não é compreensão, é fratura. “Resurrection” não está interessado em ser eterno. Está interessado em ser irreversível.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 4 de 5.

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