O aguardado álbum de estreia de Rosé, intitulado “Rosie“, marca um ponto de virada na carreira da cantora sul-coreana-neozelandesa. Com lançamento previsto para 6 de dezembro de 2024, o trabalho chega pelas mãos da The Black Label e da Atlantic Records, trazendo um novo olhar sobre sua identidade musical. Aqui no Brasil, o disco será distribuído pela Warner Music, reforçando a abrangência global do projeto.
“Rosie” é um registro pessoal e vulnerável, com 12 faixas que transitam entre o pop melancólico e baladas introspectivas. Diferente da estética grandiosa do Blackpink, o álbum escolhe um caminho mais contido, muitas vezes minimalista, mas sem perder o impacto emocional. Rosé assina como co-compositora em todas as músicas, o que reforça a autenticidade do trabalho.
Logo de início, a balada ao piano “Number One Girl” abre o álbum com um tom esperançoso, enquanto “Two Years” apresenta um synth-pop elegante, marcado por melodias nostálgicas. O grande destaque comercial, “Apt.”, colaboração com Bruno Mars, adiciona energia ao projeto, mesmo destoando do clima mais contemplativo que domina o restante das faixas.
Embora “Rosie” não seja o tipo de álbum construído para dominar as paradas com hits instantâneos, ele entrega uma narrativa coesa. As letras abordam relacionamentos fracassados, arrependimentos e as complexidades emocionais dos “terríveis 20 anos” de Rosé, um tema que a própria cantora definiu como central no processo criativo. Canções como “Call It the End” e “Toxic Till the End” exploram sentimentos de dúvida e desilusão com um posicionamento mais honesto, enquanto faixas como “Gameboy” adicionam uma leveza sutil.
É interessante notar como Rosé se distancia do que o público espera de uma ex-integrante do Blackpink. A transição de um som explosivo e cheio de produção para algo mais cru e reflexivo pode confundir parte do público, especialmente com a inclusão de “Apt.”, que cria uma expectativa de dinamismo que o restante do álbum não segue. Contudo, essa escolha parece ser intencional, quase como um convite para enxergá-la além do estereótipo de estrela do pop global.
“Rosie” é um álbum para ouvir com calma, como quem folheia um diário alheio – curioso, íntimo, cheio de pequenas revelações. Não é o disco mais marcante de 2024, mas é um acerto importante na construção da carreira solo de Rosé. A artista pode ainda estar explorando onde se encaixa nesse novo território, mas demonstra coragem e vulnerabilidade, qualidades que prometem sustentar sua jornada por muito tempo.
E, convenhamos, “Number One Girl” não será a última vez que Rosé será a número um.
Nota final: 80/100