Shakira alcança um novo patamar em “Fijación Oral, Vol. 1”, um álbum que mistura sofisticação pop, influências diversas e uma identidade artística bem definida. Com um olhar cuidadoso para detalhes musicais e produções inovadoras, o disco reflete a maturidade de uma artista que já havia conquistado o mundo com “Laundry Service” e decide retornar às raízes do espanhol sem perder a ambição global.
Shakira se apresenta no Brasil em fevereiro de 2025. A turnê no Brasil é apresentada pelo Santander Brasil, com patrocínio de Shell, Coca-Cola, Heineken e Decolar, além do apoio da Esfera. Mais informações estão disponíveis no link.
Logo de início, é evidente que Shakira optou por um caminho mais orgânico. A decisão de substituir sintetizadores por violões trouxe uma textura rica e humana ao álbum. Isso cria um equilíbrio entre o tradicional e o moderno. Essa combinação é especialmente notável em faixas como “En Tus Pupilas”, onde sua voz reflete o misticismo de The Cranberries. Em “La Pared”, os arranjos remetem ao synthpop oitentista dos Eurythmics.
A presença de Gustavo Cerati, ex-vocalista do Soda Stereo, é um destaque especial. Sua colaboração confere ao álbum um refinamento que é raro em produções pop latinas. Sua influência em faixas como “Día Especial”, que combina melodia delicada com uma instrumentação quase cinematográfica.
Shakira também mostra um dom especial para absorver estilos variados sem perder sua essência. “La Tortura”, com Alejandro Sanz, é uma fórmula inteligente que mescla pop com reggaeton. Ela torna essa faixa o ponto de entrada mais acessível do disco. Mas as verdadeiras joias estão nas faixas menos comerciais. “Obtener un Sí” traz uma inesperada influência de bossa nova, enquanto “Día de Enero” é uma canção que homenageia seu relacionamento pessoal.
A capacidade de Shakira de evocar outras figuras icônicas da música é notável. O que realmente impressiona é como ela transforma essas referências em algo exclusivamente seu. Em “Las de la Intuición”, é impossível não perceber ecos da Madonna de “Ray of Light”. Ainda assim, o toque vibrante é puramente Shakira. Essa habilidade de reinterpretar é o que torna “Fijación Oral” um trabalho tão singular.
Se há uma crítica a ser feita, é o excesso de inflexões vocais, que por vezes dificultam a compreensão das letras. Isso não tira o brilho de um álbum que é um marco tanto na carreira de Shakira quanto na música latina.
“Fijación Oral, Vol. 1” é mais do que um simples retorno ao espanhol. É uma reafirmação de que Shakira está disposta a explorar, evoluir e surpreender, mantendo-se fiel à sua identidade. Um disco que merece ser ouvido com atenção pelas melodias e pelas camadas que revelam uma artista no auge de sua criatividade.
Nota final: 88/100
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