O ator e cantor Diego Luri, vem brilhando nos palcos do Teatro Renault, em São Paulo, como o carismático Pumba no musical “O Rei Leão”. Atualmente, a superprodução, aclamada como um dos maiores sucessos da Broadway e da Disney, está em breve hiato de fim de ano, retornando com suas cortinas reabertas em 11 de janeiro de 2024 para mais uma divertida e emocionante temporada.
Completando uma década de sua carreira teatral, Luri iniciou sua trajetória com destaque na montagem brasileira de “Shrek”, sucesso da DreamWorks, encarnando o icônico ogro, e desde então vem colecionando musicais icônicos como “Mudança de Hábito”, “Cinderella”, “Anastasia”, “O Fantasma da Ópera”, entre outros. Confira nossa entrevista com o artista:
Você comemorou este ano uma década como ator de teatro musical. Sempre quis atuar neste gênero? Como aconteceu?
Quando eu era criança comecei a fazer teatro na escola e a primeira peça em que atuei, em um palco de teatro fora dos muros escolares, foi baseada no musical “Grease”. Assistimos ao filme na época e eu me apaixonei. Lembro também do quanto “Mudança de Hábito” me tocou na infância. Desde então esse mundo de música e atuação me fascinou. Mas eu nem sabia que se produzia teatro musical no Brasil. Então nunca foi um sonho palpável. Até que, já na fase adulta, cursando Teatro, fiquei sabendo de audições para musicais. Audicionei primeiro para “O Mágico de Oz” e não passei. Minha segunda audição para um grande musical foi “Shrek” e, felizmente, fui aprovado para ser o protagonista.
Seu primeiro grande personagem foi Shrek, na montagem brasileira. Como foi estrear já com essa responsabilidade, à frente de algo tão popular?
Foi uma responsabilidade imensa dar vida ao “Shrek” nos palcos. Eu nunca tinha feito um grande musical, não conhecia ninguém do meio, era totalmente cru nessa linguagem e tive que me adequar como quem cai de paraquedas. Fora isso, é um personagem icônico. Então, as pessoas naturalmente criam expectativas sobre o que vão assistir. Apesar do medo, dos desafios e da inexperiência creio que chegamos a um bom resultado. “Shrek” me rendeu uma indicação ao prêmio Bibi Ferreira no ano seguinte à estreia em São Paulo, o que indicou para mim que eu estava seguindo no caminho certo.
Atualmente você está em cartaz com “O Rei Leão”, como Pumba. Como é ser um personagem da Disney?
Uma honra sem igual. Mais uma vez confiaram a mim um personagem icônico e, desta vez, chancelado pela Disney. Sou só gratidão por essa oportunidade. Fazer parte dessa magia é fascinante. E é muito gostoso receber o carinho do público que acompanha essa história há décadas e ter a aprovação dele. A partir de agora, onde quer que eu veja esse javalizinho vou senti-lo como um pouco meu também, não importam os anos que passem. É assim com “Shrek” até hoje. Sempre que tem algum reel viralizado relacionado ao “Shrek” alguém me encaminha. E já é assim com o Pumba também. Acho fofo.
O espetáculo está em cartaz há quase um ano e segue em temporada em 2024. O personagem ainda te desafia de alguma forma? A experiência ainda se renova?
Um dos maiores desafios do Pumba pra mim foi físico. O puppet é muito pesado, o figurino é quente, a maquiagem é demorada, a voz não é natural, a peruca também pesa bastante e eventualmente necessita de manutenção durante o show. Dá trabalho estar em cena como Pumba. Hoje meu corpo já se adaptou dentro do personagem. Então, embora ainda seja difícil, sinto-me estabilizado. O que fica mais agora é a parte boa, gostosa e gratificante. Além dessa labuta de bastidores, existe um prazer tão grande de estar em cena que tudo fica mais aprazível. Vale a pena. A cada dia eu descubro uma intenção nova no que estou dizendo, uma nova forma de fazer algo, um novo ponto de atenção que pode ser mais explorado, um tempo diferente que causa também um efeito cênico diferente. Essas experimentações se renovam diariamente, em detalhes que ninguém percebe individualmente mas que fazem diferença no conjunto, na construção da personagem.
A animação completa 30 anos em 2024. Ao que atribui o sucesso da obra até os dias de hoje?
“O Rei Leão” tem influências shakespearianas. A história do príncipe que quer vingar a morte do pai morto pelo irmão em busca de poder atravessa gerações tanto com Shakespeare quanto com a produção mágica da Disney. Somam-se a isso personagens carismáticos, boas doses de humor, músicas envolventes e lições de vida. Não tem como dar errado. A cada vez que a gente assiste, apreende alguma coisa nova. E as emoções de antes continuam vivas também. O adulto que vai assistir também vai em busca desse resgate da emoção que sentiu quando criança e ao longo da vida. “O Rei Leão” é apaixonante.