O renomado músico brasileiro Felipe Andreoli, mundialmente conhecido como o talentoso baixista da icônica banda Angra, tem sido uma figura emblemática na cena musical nacional e internacional. Sua habilidade excepcional no baixo o levou não apenas ao sucesso com o Angra, mas também a participações notáveis, como sua atuação como baixista substituto no supergrupo de metal progressivo Sons of Apollo em agosto de 2022. Aos 13 anos, Felipe já demonstrava sua paixão pela música, quando assumiu o papel de baixista em uma banda da escola. Em uma entrevista exclusiva para o Caderno Pop, mergulhamos na visão única de Felipe sobre as novidades e evoluções no cenário do heavy metal, discutindo seus projetos solo e os preparativos para o aguardado show do Angra no Summer Breeze Brasil 2024. Acompanhe a entrevista completa abaixo para descobrir mais sobre o brilhante universo musical de Felipe Andreoli.
Dada a complexidade do seu trabalho solo e do trabalho junto com o Angra, você percebe que existe uma dualidade entre esses dois trabalhos ou você os distancia bastante um do outro?
Felipe Andreoli – Angra: É distante, mas não é outro universo, né? O meu trabalho solo flerta um pouco mais com o jazz fusion, enquanto o Angra está mais inserido no meio do heavy metal. No entanto, o Angra também tem influências do jazz fusion, da música brasileira, da música latina e de diversas outras etnias ao longo da carreira. Ambos são pesados, com presença forte das guitarras, mas meu trabalho solo é predominantemente instrumental. Então, não é tão distante, mas não creio que qualquer música do meu trabalho solo caberia no Angra, e vice-versa. Existe uma identidade específica tanto no meu trabalho quanto no do Angra.
E isso se reflete até mesmo na evolução do heavy metal nos últimos tempos, não é? Nós vemos uma fusão dentro do nicho muito grande. Anteriormente, categorizávamos muitas coisas, certo? Havia power metal, entre outras vertentes, mas hoje, por exemplo, ao ouvir o novo álbum do Judas Priest, percebo influências diversas e observo a cena caminhando para esse ecletismo.
Felipe Andreoli – Angra: Sim! O Angra sempre trouxe diversas influências para a música. Sempre foi nossa marca ser uma banda de heavy metal que mistura música clássica, algo já presente em outras bandas de metal, mas também incorpora elementos brasileiros e étnicos, o que nos diferencia. Isso é importante para nós, pois não queremos ser apenas mais uma banda de metal, mas sim uma banda de metal brasileira, e isso se reflete em nosso som.
E considerando toda essa diversidade, todo esse tempo de carreira, o Summer Breeze é um festival enorme, uma grande oportunidade para todos, tanto para as bandas quanto para os fãs. Eu gostaria de saber um pouco mais sobre como é o processo de montagem do show do Angra para um festival como o Summer Breeze. Ele difere dos shows solo ou seguem a mesma fórmula?
Felipe Andreoli – Angra: Sim, o show em festival tem uma dinâmica um pouco diferente. Normalmente, os shows do Angra duram duas horas e exploram diferentes momentos, desde os mais pesados até os mais suaves, passando por elementos progressivos e acústicos. No entanto, em festivais, a energia precisa estar alta o tempo todo. Portanto, ao montar o setlist para o Summer Breeze, levamos em consideração o contexto do evento e adaptamos o repertório para garantir que o público, que pode não estar tão familiarizado com a banda, tenha uma experiência energética e representativa do que somos.
Refletindo sobre o futuro, hoje vemos uma cena de jovens que estão se interessando pelo heavy metal, frequentemente buscando suas raízes, as bandas mais antigas. Vocês têm percebido que esse público mais jovem tem se aproximado do Angra?
Felipe Andreoli – Angra: Sim, ao longo dos anos, tenho percebido uma renovação constante do público. Parece que o público do heavy metal não envelhece. Temos fãs que nos acompanham desde o início, mas também vemos jovens na plateia, o que é muito gratificante. Essa renovação é importante para a manutenção da cena, e percebemos que a cultura do heavy metal está sendo transmitida para novas gerações, o que é fundamental para o crescimento e a diversidade da cena.
Para finalizar, gostaria que compartilhasse uma reflexão para todas as bandas que estão começando agora, assim como para aqueles que trabalham na área da música. Muitas vezes, ouvimos bandas que se inspiram no seu trabalho e no do Angra. Que mensagem você deixaria para esses artistas que estão construindo sua jornada na cena?
Felipe Andreoli – Angra: Uma das coisas mais gratificantes do meu trabalho é poder inspirar pessoas. Seja alguém que começou a tocar baixo por minha causa ou bandas que nos veem como exemplo, encaramos isso com muita responsabilidade. Procuramos sempre ser um bom exemplo e ajudar outras bandas com nossa experiência. O Brasil tem muito talento e potencial na cena do heavy metal, e espero que continuemos crescendo e alcançando voos ainda maiores pelo mundo.
O Angra se apresentará no Summer Breeze Brasil no dia 27 de maio, no palco Hot Stage, às 14:30. O festival acontecerá nos dias 26 e 28 de abril, no Memorial da América Latina.
SERVIÇO: Summer Breeze Open Air 2024
Data: 26,27 e 28 de Abril de 2024.
Entrada para os ingressos Blind Ticket: 09h00.
Abertura para o público geral: 10h00.
Início dos shows: 11h00.
Local: Memorial da América Latina – Av. Mário de Andrade, 664 – Barra Funda, São Paulo.
Vendas: Club do Ingresso.
Line up completo:
26/04: Gene Simmons Band, Mr. Big, Sebastian Bach, Biohazard, Exodus, Black Stone Cherry, Edu Falaschi, Flotsam & Jetsam, The 69 Eyes, Tygers of Pan Tang, Nestor, Dr.Sin, Massacration, Cultura Tres, Sioux 66, Electric Mob, Minipony, Zumbis do Espaço, Alchemia, Clash Bulldog’s.
27/04: Within Temptation, Epica, Hammerfall, Lacuna Coil, Angra, Gamma Ray, Forbidden, In Extremo, Dark Tranquiillity, Nervosa, The Night Flight Orchestra, Jeff Scott Soto, Jelusick, Krzus, Eminence, Sinistra, Nite Stinger, Spektra, About2Crash, Rage In My Eyes.
28/04: Mercyful Fate, Anthrax, Killswitch Engage, Carcass, Avatar, Overkill, Death Angel, While She Sleeps, Battle Beast, Eclipse, Ratos de Porão, Torture Squad, The Troops Of Doom, Kryour, AXTY, John Wayne, Hellish War, New Blood Winner.