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Khiara transforma memórias em música no single “Estraga Essa Amizade”

Texto: Ygor Monroe
24 de abril de 2025
em Entrevistas, Música
0

Aos 23 anos, Khiara chega ao seu primeiro lançamento solo carregando mais do que números impressionantes em sua trajetória. Atriz com seis filmes no catálogo da Netflix todos com passagens pelo topo dos mais assistidos no Brasil e ex-integrante do maior canal infantojuvenil do país, ela já coleciona dois discos de platina e mais de um milhão de ouvintes únicos como intérprete. A artista dá um passo definitivo rumo à autenticidade com “Estraga Essa Amizade”, seu single de estreia como cantora solo. Pela primeira vez, Khiara lança um projeto desvinculado de personagens, roteiros ou marcas. É só ela, suas memórias e a música como instrumento de tradução emocional.

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Khiara transforma memórias em música no single “Estraga Essa Amizade”
Khiara transforma memórias em música no single “Estraga Essa Amizade”

A faixa, que abre uma narrativa musical sobre sua vida amorosa, marca também sua transição artística e simbólica para uma fase mais madura, tanto nas temáticas quanto na maneira como se conecta com o público. A produção é assinada pelo trio Los Brasileros, responsáveis por hits do pop nacional, e apresenta uma sonoridade que mescla o encanto melódico da Disney com a brasilidade afetiva de nomes como Jorge e Mateus e Luan Santana todos parte do caldeirão referencial da artista.

A canção fala de um amor não correspondido por um melhor amigo uma situação que, segundo Khiara, durou anos e moldou sua visão sobre os afetos. “Fiquei anos apaixonada pelo meu agora ex-melhor amigo”, relembra. “É um sentimento muito complexo, porque você ama a pessoa como amiga, mas ao mesmo tempo não consegue ficar perto sem pensar no casamento de vocês.” Ela destaca que sua versão da história quebra o estereótipo: “Geralmente, na mídia, é o homem que espera que a melhor amiga goste dele. Aqui, é o eu lírico que espera há anos por uma chance, entre o medo de estragar tudo e o desejo de se declarar.”

O início na carreira solo, no entanto, não é um ponto de ruptura, mas de continuidade. A ligação com a música vem desde a infância. “Comecei a compor quando era bem criança. Escrevia sobre meu avô reclamando o dia inteiro ou sobre o mau humor do meu gatinho”, conta. “Fui crescendo e as letras passaram a tratar de coisas que eu não conseguia dizer em voz alta. Sonhava que essas músicas um dia ajudassem alguém a se sentir compreendido, como elas me ajudaram a me entender.”

Esse senso de conexão também aparece na maneira como ela enxerga o seu público, que cresceu ao seu lado nos projetos infantis e agora acompanha sua transição. “É assustador e maravilhoso. Me sinto livre para dizer o que meu coração sempre sentiu, sem medo de julgamentos. Fiz parte da infância dos meus girassóis, agora estou construindo memórias na adolescência com eles”, diz. “Mal vejo a hora de encontrá-los em shows, festivais, meet & greets. Vai ser inesquecível viver esses momentos juntos.”

A experiência como compositora da Warner Chappell também aflorou uma sensibilidade para histórias que vão além das suas. Ainda assim, Khiara reconhece imediatamente quando uma música é sua. “É mágica essa dinâmica. Quando componho algo que não é do meu universo, passo para a Warner achar o destino certo. Mas tem coisa que só faz sentido comigo”, diz. Um exemplo foi a canção inspirada na vida rural: “Era sobre chapéu, vagalumes, cidade do interior… ficou a cara da Ana Castela. Não sei se ela vai gravar, mas me emocionei com a possibilidade.”

Ao lado dos produtores da Head Media, a criação de “Estraga Essa Amizade” foi um processo colaborativo e imersivo. “Mostrei minhas referências Barbie e as 12 Bailarinas, Disney, Toquinho, Luan Santana e eles foram entendendo o que eu buscava: uma sonoridade brasileira, mas com a magia da Disney. Me emocionei só de ouvir os instrumentais”, relata. “Foi intenso e divertido, aprendi muito. Eles são incríveis.”

Apesar das conquistas anteriores, Khiara sabe que esse momento é diferente: agora, ela é autora da própria história. “Meus personagens me ensinaram muito. Alguns me ajudaram a superar inseguranças, outros me ensinaram a dançar hip-hop. Mas agora é meu coração que está falando”, reflete. “A minha voz é de uma menina que desabafa com a caneta no caderno. Quero que os girassóis saibam que não estão sozinhos a vida tem altos e baixos, mas tudo tem um porquê.”

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