Poucos dias após a estreia de “Manas” no circuito brasileiro, a diretora Marianna Brennand foi premiada com o Women In Motion Emerging Talent Award 2025, iniciativa da Kering em parceria com o Festival de Cannes. A cerimônia aconteceu em 18 de maio, durante o jantar oficial do programa, e marcou os 10 anos da premiação, dedicada a destacar mulheres promissoras na indústria do cinema.
Vestibular em SP testa conhecimento sobre as 20 temporadas de “Grey’s Anatomy”

Marianna é a primeira brasileira a receber o prêmio. Na mesma noite, Nicole Kidman foi homenageada pelo conjunto de sua carreira. Indicada pela cineasta malaia Amanda Nell Eu, vencedora da edição anterior, Marianna teve seu trabalho reconhecido como parte de uma tradição voltada à força das narrativas femininas e à transmissão entre gerações de cineastas.
“Manas” estreou nos cinemas brasileiros em 15 de maio, com distribuição da Paris Filmes. O longa já recebeu mais de 20 prêmios desde sua première mundial no Festival de Veneza, em agosto de 2024, onde conquistou o Director’s Award, honraria máxima da mostra Giornate Degli Autori. Desde então, passou por diversos festivais competitivos, sempre saindo com pelo menos uma premiação.
A produção conta com o apoio de nomes de destaque do cinema internacional. Walter Salles, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional por “Ainda Estou Aqui”, e os irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, vencedores de duas Palmas de Ouro em Cannes, atuam como produtores associados. O projeto recebeu apoio desde a fase de roteiro e foi realizado com coproduções brasileiras, portuguesas, belgas e francesas, além de parcerias com a Globo Filmes, Canal Brasil e outros produtores.
O filme tem sido amplamente elogiado pela crítica especializada internacional, destacando-se pela abordagem sensível do tema e pela recusa em explorar a violência de forma explícita. A diretora optou por um naturalismo próximo do documental para conectar emocionalmente o espectador à experiência da protagonista. “Manas” também foi incluído em listas especializadas como um dos filmes brasileiros com maior potencial para disputar o Oscar de 2026.
Rodado na Amazônia, o longa traz a estreante Jamilli Correa no papel principal, além de Dira Paes, Fátima Macedo, Rômulo Braga e atores locais da região. O roteiro é assinado por Felipe Sholl, Marcelo Grabowsky, Marianna Brennand, Antonia Pellegrino, Camila Agustini e Carolina Benevides. A equipe técnica reúne profissionais premiados do cinema nacional, como o diretor de fotografia Pierre de Kerchove, o diretor de arte Marcos Pedroso, a montadora Isabela Monteiro de Castro e a figurinista Kika Lopes.
“Manas” acompanha a história de Marcielle, uma adolescente de 13 anos que vive na Ilha do Marajó com os pais e os irmãos. A personagem nutre admiração pela irmã mais velha, que teria deixado a ilha após conhecer um homem nas balsas que passam pela região. Com o tempo, Marcielle começa a perceber a realidade opressora que a cerca e toma consciência da violência estrutural que atinge as mulheres ao seu redor. A decisão de romper com esse ciclo se torna o motor da narrativa.
A origem do projeto remonta a 2014, quando Marianna Brennand tomou conhecimento de casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru. Inicialmente planejado como documentário, o filme acabou sendo desenvolvido como ficção após a diretora considerar os riscos éticos de expor vítimas reais. A pesquisa incluiu diversas viagens à região e testes com centenas de crianças locais para a formação do elenco.
A personagem Aretha, interpretada por Dira Paes, foi inspirada em profissionais reais atuantes no combate à exploração sexual infantil na região amazônica. A escalação do elenco priorizou um núcleo infantil formado por moradores da região metropolitana de Belém e ilhas próximas, enquanto o núcleo adulto reúne atores de diversas partes do país. A protagonista Jamilli Correa, sem experiência anterior em atuação, chamou a atenção da equipe pelo talento e pela presença cênica.
“Manas” recebeu apoio institucional do Programa Ibermedia e do Sam Spiegel International Film Lab, onde venceu o Emerging Filmmaker Award. O filme foi viabilizado com recursos da Lei do Audiovisual, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale e pela Atiaia Energia. A distribuição no Brasil é feita pela Paris Filmes.
Fique por dentro das novidades das maiores marcas do mundo! Acesse nosso site Marca Pop e descubra as tendências em primeira mão.