O Espaço Unimed estava lotado quando o show começou pontualmente às 21:30. Meia hora antes, com as movimentações no palco, o público já estava fervoroso. Embora o início do show tenha sido um pouco mais contido, ele cresceu exponencialmente à medida que a banda tocava seus maiores sucessos em uma setlist perfeita. Um ponto que vale ressaltar é a falta de grandes produções nos palcos do heavy metal. Este é o meu terceiro show do gênero este ano com a mesma configuração, sem telão interativo, apenas a banda e um fundo com o conceito da turnê. Isso não estraga a experiência, afinal, no caso do Megadeth, estamos testemunhando lendas vivas da música em ação. No entanto, uma estrutura mais robusta poderia proporcionar uma experiência ainda mais completa. Mas, vamos ao show!
A performance começou com um single do trabalho mais recente lançado em 2022, “The Sick, the Dying? and the Dead“, que introduziu o público animado. No entanto, o ápice foi alcançado com os clássicos que vieram na sequência. Por volta da terceira música, o público já estava envolvido em rodas punks, com muitos headbangs e muita diversão. É interessante ver como o Megadeth tem atraído públicos diversos, criando uma nova perspectiva sobre quem curte o gênero. Era comum ver jovens na casa dos vinte anos cantando cada frase e cada acorde com paixão e entusiasmo, e até mesmo famílias inteiras com crianças pequenas aproveitando o bom e velho metal desde cedo.
É impossível falar sobre o show perfeito em todos os sentidos sem elogiar a habilidade técnica e o carisma do vocalista Dave Mustaine. Pessoalmente, fazia mais de 10 anos que eu não assistia a um show do Megadeth, e fazia muito tempo que não o via tão feliz e imerso na experiência do show. Mas, é claro, estamos falando da atmosfera de um show em solo latino, onde o público interage e mostra toda a intensidade em dobro. A dinâmica entre Dave e a banda, juntamente com a interação geral com o público, foi o ponto mais alto da noite.
Quanto ao público, o Caderno Pop conversou com um dos fãs presentes, Vinicius Silva, de 26 anos, morador de São Paulo, que expressou sua euforia, descrevendo a noite como “sensacional pra c*ralho”. Ele mencionou que faltaram poucas músicas para que o show tocasse todo o seu álbum favorito. Além disso, compartilhou a falta que sentiu de algumas músicas na setlist, incluindo o sucesso do disco “Killing Is My Business… and Business Is Good!”, a canção “Mechanix“, que fez parte da turnê da banda em 2017, durante a Dystopia World Tour, que também passou por São Paulo e Rio de Janeiro na mesma época. Para aqueles que estão começando a se aventurar no mundo do Megadeth, Vinicius recomenda os clássicos: “Symphony of Destruction“ e, é claro, “Mechanix“.
Apesar de curto, o show foi competente e proporcionou à nova geração uma amostra do melhor que a música e o Megadeth têm a oferecer. É sempre uma dose revigorante vivenciar experiências como essa, o metal em sua personificação mais pura. Mesmo com uma nova formação, a banda se mostrou eficiente e bem afinada, entregando um show perfeito que não apenas atende aos fãs mais fervorosos, mas também abre a mente para novas tecnologias sem perder sua essência tradicional. O Megadeth é, sem dúvida, um tesouro intocável do metal mundial.
SETLIST: Megadeth em São Paulo no Espaço Unimed dia 18 de abril de 2024:
1 – The Sick, the Dying… and the Dead!
2 – Skin o’ My Teeth
3 – Angry Again
4 – Wake Up Dead
5 – In My Darkest Hour
6 – Countdown to Extinction
7 – Sweating Bullets
8 – Dystopia
9 – Hangar 18
10 – Trust
11 – Tornado of Souls
12 – A tout le monde
13 – Devil’s Island
14 – Symphony of Destruction
15 – Peace Sells
16 – Holy Wars… The Punishment Due