“O Bastardo” é um drama histórico que conta a verdadeira história do soldado e explorador dinamarquês Ludvig Kahlen (Mads Mikkelsen), que, no século XVIII, desafiou todas as probabilidades ao tentar cultivar a selvagem Jutlândia, uma região inóspita e árida da Dinamarca. Kahlen não era apenas um homem determinado a deixar sua marca, ele representava uma era em que o destino da nação estava intimamente ligado à conquista do território.
Sua missão ambiciosa não foi apenas uma empreitada agrícola, mas uma batalha pela civilização em uma terra implacável, com a promessa de glória ou ruína. O filme estreia nos cinemas brasileiros em 12 de setembro de 2024.
Ambientado em 1755, o filme mergulha em um período crucial da história dinamarquesa, quando a Coroa encorajava o desenvolvimento das terras desabitadas e sub exploradas do país. A Jutlândia, uma vasta área coberta por charnecas e desertos áridos, era vista como um obstáculo intransponível. Kahlen, no entanto, ousou enfrentar o impossível. Armado com uma autorização da Corte Real, ele embarca em uma jornada que poucos ousaram trilhar. Ao tentar domesticar a terra, Kahlen também se encontra lutando contra forças sociais e políticas, simbolizadas no filme pela figura imponente de um proprietário local (Simon Bennebjerg), cuja inveja e desejo de vingança criam um segundo campo de batalha.
A história de Ludvig Kahlen e focada na luta por uma Dinamarca moderna, uma nação que estava se definindo ao domar suas paisagens selvagens. O filme captura com precisão os desafios desse período, desde as dificuldades de cultivo em terras inférteis até os jogos de poder que moldavam as decisões da Coroa. O drama se desenrola como uma metáfora para a perseverança e o espírito humano, contrastando o impulso de conquista com o preço pago em sangue e sacrifício.
Visualmente, “O Bastardo” é uma obra-prima, com a vastidão desolada da Jutlândia servindo como um pano de fundo tanto físico quanto simbólico para a batalha de Kahlen. O diretor Nikolaj Arcel consegue equilibrar essa grandiosidade com momentos íntimos, em que os dilemas pessoais e emocionais do protagonista emergem, principalmente nas interações com uma governanta corajosa (Amanda Collins) e uma jovem fugitiva (Melina Hagberg). Essas relações humanas fornecem camadas emocionais que aprofundam a narrativa, mostrando que, mesmo diante da luta pela sobrevivência, o calor das conexões humanas nunca deixa de ser crucial.
Mads Mikkelsen oferece uma atuação magnética e contida, transmitindo com cada movimento o peso de um homem que carrega tanto a ambição quanto o fardo da sua missão. Sua jornada, tanto física quanto espiritual, nos envolve por completo, e a luta para cultivar o solo parece espelhar sua luta para manter sua própria humanidade intacta.
O longa é um épico de perseverança, sacrifício e obstinação. Nikolaj Arcel construiu um filme que combina a beleza visual com uma narrativa visceral e comovente, oferecendo um retrato profundo da luta de Kahlen — e, por extensão, da própria Dinamarca, para forjar um novo futuro em meio às adversidades mais extremas.
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O Bastardo: ✩✩✩✩
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