Depois de quatro anos dominados pelas músicas de TikTok e suas coreografias virais, o pop parece estar atravessando um novo ciclo de revolução. A era do imediatismo e do formato redondinho demais, moldado apenas pelas tendências momentâneas, está perdendo força. No lugar, surge uma onda de lançamentos mais autênticos, artísticos e inovadores. A pergunta que fica é: o pop voltou a ser excitante?
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O mundo é “Brat”! Charli XCX finalmente furou a bolha

O Grammy Winner foi a revolução do alternativo em 2024. “Brat” (estilizado em letras minúsculas), o sexto álbum de estúdio de Charli XCX, jogou gasolina na cena pop ao misturar rave, experimentalismo e letras afiadas. A produção de A. G. Cook, Easyfun e Cirkut trouxe um som agressivo, mas também vulnerável, mostrando que a cantora finalmente conquistou o mainstream sem abrir mão da identidade alternativa. Não à toa, “Brat” foi o álbum mais bem avaliado de 2024 no Metacritic. O impacto do disco gerou uma nova onda de interesse pela música eletrônica de vanguarda e consolidou Charli como uma das artistas mais influentes da atualidade.
Madonna voltou para a evidência

Se existe uma artista que sabe se reinventar, é Madonna. “The Celebration Tour” foi uma verdadeira aula de história do pop, culminando no show histórico para 1,6 milhão de pessoas na Praia de Copacabana. O mundo voltou a falar dela, não só pelos shows, mas também por sua participação na faixa “Popular”, de The Weeknd. Aos 40 anos de carreira, Madonna provou que continua ditando tendências e influenciando novas gerações de artistas. Sua capacidade de permanecer relevante em um mercado cada vez mais acelerado mostra que o pop também precisa de figuras que transcendem o tempo e desafiam padrões.
A nova era das divas pop

Se nos últimos anos o pop parecia repetitivo, 2024 e 2025 trouxeram uma nova safra de artistas que equilibram autenticidade e apelo comercial. O interesse crescente por estéticas e narrativas mais elaboradas ajudou a fortalecer uma cena mais diversificada e menos previsível:
- Sabrina Carpenter virou a queridinha do pop com “Short n’ Sweet”, um álbum que mistura bubblegum, country e R&B. Em 2025, ela venceu dois Grammys, incluindo Melhor Álbum Vocal de Pop. Sua capacidade de navegar entre estilos sem perder sua identidade a transformou em uma das artistas mais versáteis do momento.
- Chappell Roan, com sua estética teatral e influência drag, venceu o Grammy de Artista Revelação. Seu carisma e abordagem ousada da música pop mostram que o entretenimento pode ser tanto provocativo quanto acessível.
- Tate McRae, apadrinhada pelo TikTok, consolidou seu status com “Think Later” e um terceiro álbum já a caminho. A transição de viral a artista estabelecida reforça a ideia de que o pop precisa ir além das tendências de curto prazo.
Beyoncé redefiniu o consumo musical

Sem clipes, mas com estética visual impecável, Beyoncé dominou a narrativa musical com sua trilogia “Renaissance”, “Cowboy Carter” e um terceiro ato ainda misterioso. O pop-country da cantora provou que a versatilidade é o novo padrão. Sua abordagem de lançamento, fugindo das estratégias convencionais de divulgação, reforça a ideia de que o impacto de um álbum vai além de suas músicas, mas também da maneira como ele é apresentado ao público. A estratégia de Beyoncé prova que a construção de um universo visual e narrativo em torno de um projeto pode fazer toda a diferença na forma como ele é recebido.
Lady Gaga e o fim de uma piada sem graça

Lady Gaga quebrou um dos maiores boatos da internet: o de que não conseguia hits solo. Em 2025, a cantora provou que continua sendo uma força imbatível na música pop, ocupando simultaneamente os dois primeiros lugares do Spotify Global. “Die With A Smile”, sua parceria com Bruno Mars, lidera há 119 dias ininterruptos, enquanto “Abracadabra”, lançada recentemente, subiu para a segunda posição. O sucesso antes mesmo do lançamento do álbum “Mayhem” reforça sua habilidade de dominar as plataformas e o mercado.
Os números de Gaga não são apenas impressionantes, mas também simbólicos. “Die With A Smile” está prestes a igualar a marca de “Dance Monkey” como a música com mais tempo no topo do Spotify Global. Além disso, sua conquista na Billboard Hot 100 a colocou ao lado de Michael Jackson e Janet Jackson como uma das poucas artistas a emplacar hits em três décadas diferentes. Com isso, Gaga repete a revolução de seu debut: lembra à indústria que a música pop pode e deve ser mais visual, mais ambiciosa e mais narrativa. Seus videoclipes e performances reafirmam que o impacto de um artista vai além do streaming, devolvendo à cultura pop seu caráter grandioso e inesquecível.
Blackpink: o hiato que deu certo

Enquanto os rumores de separação cresciam, Rosé e Lisa brilharam em carreiras solo. Rosé lançou “Rosie”, um álbum bem-recebido, e Lisa quebrou recordes com “Rockstar”. Enquanto isso, o Blackpink segue sendo uma força global, deixando os fãs na esperança por um retorno triunfal. O sucesso individual das integrantes reflete a capacidade do K-pop de se reinventar e manter a relevância, independentemente de pausas na atividade em grupo.
- Jennie: Além de ser uma das integrantes mais carismáticas, Jennie ampliou sua presença na moda e no entretenimento. Sua participação em séries, campanhas publicitárias de luxo e colaborações musicais reforçaram sua imagem como ícone multifacetado.
- Jisoo: Apostando também na atuação, Jisoo se consolidou como estrela em dramas sul-coreanos. Seu álbum solo explorou uma sonoridade mais melódica e intimista, conquistando um público além dos fãs de K-pop.
- Rosé: Sempre destacada por seu vocal diferenciado, Rosé trouxe um projeto mais autoral com “Rosie”, apostando em composições que misturam folk, pop e elementos eletrônicos sutis. Seu impacto no cenário indie-pop mostra sua versatilidade além do Blackpink.
- Lisa: Com “Rockstar”, Lisa dominou as paradas e reforçou seu status como uma das idols mais influentes globalmente. Sua habilidade na dança, somada a uma identidade musical própria, faz dela uma referência quando se fala em K-pop fora da Coreia.
O pop voltou a ser interessante?
A resposta parece ser sim. Artistas estão explorando novas estéticas, resgatando influências e trazendo experimentação para o mainstream. Se o TikTok transformou o pop em um jogo de algoritmo, 2024 e 2025 estão provando que há espaço para ousadia e identidade própria. O pop não apenas sobreviveu à era digital: ele encontrou um jeito de ser empolgante outra vez. A ascensão de novos nomes e a permanência de lendas vivas mostram que a criatividade voltou a ser o motor da indústria. Mais do que seguir tendências, os artistas de hoje estão criando novas formas de consumir e experienciar a música pop.
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