Aos 23 anos, o curitibano Peci sabe exatamente onde quer chegar: fazer do pop uma expressão autêntica da música brasileira. Com mais de 500 mil plays nas plataformas digitais, presença em playlists como “xamêgo” e “viral Curitiba”, e passagens por palcos ao lado de nomes como Zeca Pagodinho, Skank e Melim, o cantor se firma como uma das apostas mais consistentes da cena independente. No dia 25 de abril, ele estreia o single “Rua de pedra”, primeira faixa do seu álbum de estreia previsto para o segundo semestre, com produção de Jards e composição assinada por um time que inclui Mari DK, Mara Marques, João Luz, Gabriel Zoldan e D’ Lucca.
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A canção vem acompanhada de um visualizer no YouTube e marca uma virada importante. Inspirada por Ivete Sangalo, a faixa mistura pop com axé para contar uma história de amor de verão com tons cinematográficos. “Quando compus essa letra, coloquei os versos ‘alô, paixão’ e ‘ao som de Pequena Eva’”, conta o artista. “Quatro dias depois, vi a Ivete no Maracanã e ela abriu o show com ‘Alô, paixão’. Aquilo me deu um clique: essa música fala sobre minha relação com o axé e com a história da própria Ivete. Mesmo alguém que nasceu em Curitiba sente o impacto da música dela.”
Antes de assumir a música como caminho definitivo, Peci ainda tentou seguir um percurso mais tradicional. Em 2020, por influência familiar, iniciou a faculdade de Direito. As aulas remotas, impostas pela pandemia, expuseram um desconforto: “Confesso que faltei bastante. Ficava muito com o violão em casa. Sentia falta de gente, de cantar, de estar com o público.” Foi dessa ausência que nasceu a virada. Num gesto impulsivo e simbólico, fez uma apresentação na varanda de casa, para os vizinhos. “Estava nervoso, mas pedi ajuda pros meus pais e fiz um showzinho ali mesmo. Sinto que aquele momento foi a virada de chave. A música passou a ser a única opção.”
De lá pra cá, Peci lançou o EP “Sabor exagero”, integrou o lineup do Festival Coolritiba e tem consolidado seu nome como uma das vozes mais promissoras da nova MPB. A energia ao vivo virou marca registrada. “Acho que meu diferencial é o palco. Sou exagerado, intenso, me entrego mesmo. Se é pra rir, vamos rir. Se é pra chorar, vamos chorar. E isso é o que mais ouço de quem me vê ao vivo.”
Essa intensidade também está em “Rua de pedra”, faixa que inaugura o novo ciclo artístico. “Ela capta bem a energia que eu tento passar para as pessoas, que é a mesma que eu sinto quando escuto música brasileira. Eu me descobri através da música. Neste álbum, quero celebrar a verdade que devemos seguir dentro de nós. A cada ano, sinto que estou mais próximo da minha verdade, da minha autenticidade e da minha autoestima. E, pelas minhas letras, quero promover isso pra quem me ouve.”
Mesmo nascido e criado em Curitiba, Peci vê no contraste entre sua cidade e suas referências um campo criativo potente. “Curitiba não é o primeiro lugar que se pensa quando falamos em música, mas tem uma cena rica e cheia de talentos. Por ser daqui, sinto que estou me desenvolvendo junto com essa cena.” Sua construção artística passa por um repertório variado, que vai da América Latina ao axé baiano, mas com forte raiz brasileira. “Tenho muitas referências internacionais, mas as principais são brasileiras. Sempre fui muito curioso. Ouvia uma música no rádio e ia atrás de quem estava cantando, quem tinha escrito aquilo.”
Esse processo o ajudou a amadurecer rápido. “Em 2021, tudo era novo. Eu ainda sou novo, mas naquela época não sabia como expressar o que queria artisticamente. Hoje, me entendo melhor. Me entendo como pessoa e como artista.”
Com “Rua de pedra”, Peci entrega mais do que um single de verão: apresenta um manifesto sobre pertencimento, paixão e identidade, com o axé como linguagem afetiva e o pop como canal de comunicação. Um início potente para um álbum que promete ser uma afirmação definitiva do artista que ele se tornou.
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