Sob a direção de Tim Brown, conhecido por sua trajetória na produção de filmes de terror e infantis, “Plano de Aposentadoria” se posiciona como uma comédia de ação peculiar, que parece mesclar elementos de uma adaptação menos notável das obras de Elmore Leonard, como “A Grande Aposta” de 2004 ou com o clássico “Comando” de 1985, estrelado por Arnold Schwarzenegger.
Nicolas Cage apresenta uma performance interessante no filme. Seu personagem, Matt, parece uma mistura entre Michael McDonald, a icônica foto de ficha policial de Nick Nolte e o Vincent de Tom Cruise no filme “Colateral” de Michael Mann. Embora ele desfira seu estilo de atuação característico de “mega-acting”, Cage também demonstra uma contenção notável, especialmente quando comparado a seus papéis mais recentes.
Contudo, os verdadeiros destaques do filme são Thalia Campbell e Ron Perlman. Campbell, uma descoberta genuína, exibe uma química impecável tanto com Cage quanto com Perlman, encantando em cada cena. Perlman, por sua vez, traz uma surpreendente sensibilidade ao brutamontes Bobo. As cenas entre Perlman e Campbell se destacam como alguns dos momentos mais cômicos do filme.
Apesar de seus méritos, “O Plano de Aposentadoria” não está isento de falhas. A subtrama envolvendo Jimmy permanece conspicuamente sem resolução. Além disso, a técnica de utilizar quadros congelados coloridos e cartões de título para introduzir personagens, embora tenha sido inovadora em seu tempo, agora parece datada. O uso excessivo do palavrão, especialmente pelo personagem Donnie, interpretado por Jackie Earle Haley, soa artificial e desnecessário.
Por fim o longa “Plano de Aposentadoria” oferece uma boa dose de diversão sem muita necessidade de entendimento de trama, em meu ponto de vista a ideia é simplesmente se acomodar na sala de cinema e aproveitar os momentos cômicos oferecidos durante a trama. O filme que estreou nos cinemas brasileiros no dia 29 de fevereiro segue em cartaz em diversos cinemas pelo país.
Plano de Aposentadoria – Tim Brown: ☆☆☆