Depois de três anos fora do calendário, o Popload Festival voltou a ocupar São Paulo com um propósito claro: reposicionar-se como um polo de descobertas, contrastes e potência artística. No novo cenário do Parque Ibirapuera, o evento reuniu nomes como Norah Jones, Kim Gordon, Laufey e The Lemon Twigs, apostando numa curadoria que valorizava a diversidade de estilos sem perder o fio da identidade musical. Mas foi com St. Vincent que o festival encontrou seu momento mais arrebatador.
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Se a expectativa era grande, a entrega foi ainda maior. Em sua primeira passagem pelo Brasil desde 2018, Annie Clark transformou o palco em um espaço de combustão estética e sonora. Com o disco “All Born Screaming” como pano de fundo, ela conduziu o público por um espetáculo que misturava peso, teatralidade e precisão. Cada faixa vinha coreografada em luz, suor e provocação, sem um minuto desperdiçado. Era um show pensado como obra total, onde som e performance se fundiam num único organismo em constante mutação.
As novas músicas ganharam vida própria ao lado de clássicos como “New York” e “Sugarboy”, agora remodeladas sob a lógica do caos controlado que define sua fase atual. Annie trocava de persona a cada virada de luz, alternando o olhar fixo no vazio com explosões de guitarra elétrica. A banda, afiadíssima, respondia a cada gesto com tensão e precisão, enquanto o público oscilava entre o silêncio reverente e a euforia pura. O palco não era só um lugar de apresentação, mas de enfrentamento. E ela estava ali para vencer.
O que St. Vincent fez no Popload 2025 não foi só arrebatador. Foi reivindicar o espaço de quem entende o show como expressão artística radical. Sem concessões. Sem molduras fáceis. A plateia não saiu cantando refrões. Saiu pensativa, inquieta, tomada pela certeza de que viu algo que desafia o lugar comum do entretenimento ao vivo.
Nos outros horários do festival, o clima variou do calor emocional ao experimentalismo ruidoso. Laufey foi graça e carisma, costurando jazz e bossa com leveza. Norah Jones trouxe conforto e consistência, com uma performance segura mesmo sob o frio de 12 graus. Kim Gordon desafiou as estruturas com distorções e atmosferas densas, enquanto The Lemon Twigs apostaram no retrô teatral. Ainda houve espaço para o indie do Terno Rei, a estreia da banda Exclusive Os Cabides e um público diverso que, apesar dos tropeços de produção, respondeu com energia. Mas foi com St. Vincent que o Popload alcançou seu ponto mais alto, firmando-se como um festival disposto a provocar, e não apenas agradar.
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