Um dos novos nomes da arte contemporânea nacional, a carioca Renata Adler desembarca dia 8 de dezembro no Farol Santander, em São Paulo, com sua nova exposição O Mergulho, com curadoria de Marc Pottier. Há dois anos trabalhando nesse projeto, a proposta da artista não é apresentar apenas uma exposição, mas uma grande instalação imersiva, onde ela convida o público a entrar numa floresta cheia de camaleões.
Na ocasião serão apresentadas 17 obras, entre elas; Amor Infinito e o Luto do Passado (2016/2017), Os Três Elos (2018), O Movimento D’água (2018), Chuva (2017) e Camaleões e o Caminho da Transformação (2017). Para a composição da instalação, a artista criou mais de 250 “camaleões” e 30 aquários, que ocuparão um andar do Farol Santander.
Os camaleões, que são sua assinatura artística, vão muito além apenas do animal, mas trazem duas características inerentes à esta criatura: adaptação e transmutação.
“O camaleão é um símbolo. Passei a vida inteira tentando me modificar, sempre em busca de uma melhor versão de mim. Então, o camaleão me interessa muito não só pelo constante movimento da cor, ou a sobrevivência. Ele é um ser, como todos nós, em transformação. O DNA do meu trabalho está sempre na transmutação do ser e da matéria” comenta Renata sobre seu processo criativo.
A artista gosta de trabalhar com a madeira em seu formato mais bruto e com objetos aleatórios que trazem versatilidade e fazem parte da natureza. Da matéria prima, até o trabalho final, os camaleões ganham forma durante o processo e fazem jus à sua resiliência característica. Os “camaleões” são esculturas de finas colunas de madeira torneada que tem diferentes formas e são arredondadas, planas e pintadas em algumas partes.
“Apresentar no Farol Santander a exposição O Mergulho, de Renata Adler, inova nossa proposta de exposições imersivas, normalmente suportadas com recursos tecnológicos. Esta mostra apresenta os objetos (camaleões), criados pela artista utilizando madeira torneada, ora em seu estado natural, ora policromada, pendurados no teto da galeria e multiplicados pelo efeito do reflexo dos espelhos que forram as paredes, convidando o público a uma prazerosa imersão”, diz Maitê Leite, vice-presidente Institucional do Santander Brasil.
Por vezes, aparecem elementos metálicos ou pequenos espelhos que contrariam a verticalidade da obra. Eles surgem do chão ou caem em chuva do teto. Os “camaleões” de Renata compõem, pelas paralelas que formam em sua apresentação, uma construção de retas cujo ponto de fuga desaparece à vista do espectador, imergindo-o nesta exposição-instalação. Como um caminho e no final dele, o público se depara com 30 aquários. Eles são vídeo-instalações que mostram o movimento da água como um rio.
As transformações que Renata Adler propõe aqui fazem parte de suas interrogações artísticas e filosóficas: movimento, mudança, integração e sincronização – com todos os riscos e incertezas que este tipo de trabalho produz. O movimento tem um lugar essencial que a inspira. “Nada se perde, tudo se transforma. Uso isso na minha vida pessoal, profissional. É importante o movimento contínuo e a transformação do ser e da matéria. Isso gera paz e energia vital”, reflete a artista.
A instalação levará o público a uma grande verticalidade, liberando as energias e o colocando no meio do céu. Imerso em cores, fogo e água, no deslumbrante Farol Santander. “Estou feliz e ansiosa. A criação alimenta minha alma e é um privilégio montar meu trabalho em um dos cenários mais emblemáticos de São Paulo”, finaliza.