No último sábado (28), o Espaço Unimed foi palco de um reencontro especial. Desta vez, os Titãs, uma das bandas mais influentes da música brasileira, apresentaram seu novo projeto, “Titãs Microfonado“. A proposta, que difere da grandiosidade da turnê anterior, “Titãs Encontro“, trouxe um clima de proximidade com o público, numa casa completamente lotada e tomada pela expectativa.
A ideia por trás desse novo formato de show é justamente essa: oferecer uma experiência mais íntima e focada, com plateias sentadas, permitindo que os fãs vivam o repertório da banda de uma forma inédita. Quem esperava pela explosão típica das apresentações da banda, encontrou um espetáculo que apostou em uma outra energia. O trio original — Tony Bellotto, Branco Mello e Sérgio Britto —, agora acompanhado por Mário Fabre e Beto Lee, subiu ao palco para uma performance cuidadosamente dirigida por Otávio Juliano e com iluminação assinada por Guilherme Bonfanti.
O setlist é uma verdadeira viagem pela história da banda, revisitando sucessos que não podem faltar, como “Sonífera Ilha“, “Flores” e “Epitáfio“, ao lado de faixas que surpreenderam ao não estarem presentes na turnê anterior, como “Enquanto Houver Sol” e “Isso“. Além disso, o público teve a oportunidade de ouvir canções do novo álbum “Olho Furta-cor“, como “Apocalipse Só” e “Raul“, que reafirmam a habilidade dos Titãs em se reinventar sem perder sua essência roqueira.
Essa nova proposta não é apenas uma questão de formato, mas de conexão com o público e com o próprio legado da banda. Em entrevista ao Caderno Pop, Tony Bellotto refletiu sobre essa evolução dos Titãs e a forma como a banda continua relevante para diferentes gerações. “Olha, o Carlos Drummond de Andrade, grande poeta mineiro, tem uma frase muito interessante que diz: ‘Cansei de ser moderno, agora eu quero ser eterno’. Eu acho que essa frase se adequa muito bem a esse momento dos Titãs, não que a gente tenha pretensão de afirmar algo tão bonito quanto isso, mas o que eu sinto é que, com o passar do tempo, nossa música vai se relacionando com pessoas de diferentes gerações, diferentes classes sociais, diferentes estilos. Isso, para a gente, é uma grande satisfação, a maior glória que podemos ter como artistas.“
Bellotto ainda destacou como o projeto Titãs Microfonado reflete essa diversidade e longevidade da banda: “Esse show está todo ligado à pluralidade da nossa música, e o fato de conseguirmos atravessar bolhas e chegar até um público novo é algo muito gratificante. Vemos isso com muitos bons olhos.“
Essa diversidade de público também foi perceptível no Espaço Unimed, com fãs de todas as idades cantando juntos sucessos que marcaram diferentes fases da banda. A sintonia entre os músicos e a plateia reforçou o poder de permanência dos Titãs no cenário musical, enquanto o show seguia mesclando momentos de nostalgia com novidades que ampliam ainda mais o alcance de sua música.
Para os fãs que não conseguiram comparecer, ou para aqueles que desejam reviver a experiência, confira a galeria completa de fotos da noite:
Fotos: Ygor Monroe