O sexto álbum de Charli XCX, “Brat“, estabeleceu sua posição como uma das artistas mais interessantes e audaciosas da indústria do pop alternativo. A capa do álbum, que aponta para uma “crise estética”, conquistou as redes sociais com seu charme controverso. No entanto, não devemos ser enganados: por trás dessa capa caótica, encontramos um trabalho meticulosamente eficaz, marcando uma evolução clara em relação aos seus lançamentos anteriores.

Charli XCX mostra um notável amadurecimento artístico em “Brat”. Ela mantém a audácia e a experimentação que sempre caracterizaram sua música, mas agora com uma sofisticação e profundidade que adicionam novos elementos ao seu repertório criativo. Cada faixa do álbum é uma canção pop alternativo que o mundo esperava ansiosamente. Com este trabalho, Charli consolida sua posição como uma das estrelas mais criativas da indústria musical.
Um dos seus maiores trunfos é a aparência do álbum. “Brat” é uma ode à década de 2000, com fortes referências à música dance e eletropop da época. As músicas como “Von Dutch” lembram as músicas electro dos Boys Noize e The Bloody Beetroots, enquanto “Club Classics” nos leva às noites de clube da década de 2000.
Charli sempre mantém sua essência alternativa e experimental, apesar do fato de algumas faixas do álbum apresentarem um som mais pop. Uma experiência auditiva rica e variada é fornecida por esse equilíbrio, que é uma das marcas registradas de sua arte. O álbum combina instantes de energia pura e dançante com introspecções vulneráveis. Alguns exemplos incluem “So I”, em que Charli lida com a perda de sua mentora SOPHIE, e “I Might Say Something Stupid”, que discute a sensação de inadequação e autocrítica.
“Brat” é uma resposta à monotonia dos pops planejados para playlists e à obsessão atual pela “autenticidade”. Ele se destaca como uma obra que desafia as convenções da indústria, trazendo de volta o espírito vibrante e caótico que muitos sentiam falta. Com este álbum, Charli nos lembra que na música pop há espaço para ousadia e inovação, e que a complexidade e a honestidade brutal de suas letras podem revelar a autenticidade.
A cantora se destaca ao se apresentar como uma figura identificável, repleta de falhas e inseguranças, mas também de uma força artística inigualável, em um mundo onde as estrelas do pop são frequentemente idealizadas como figuras inatingíveis. “Brat” é um manifesto de uma artista que se recusa a se conformar e um lembrete de que o pop alternativo pode ser tão influente quanto qualquer outro gênero musical.
Charli XCX consolida sua posição como uma estrela da música pop com seu álbum “Brat”, que é um dos mais empolgantes e criativos do ano. Este álbum é uma adição essencial para os amantes da música devido à combinação de nostalgia, experimentação e bravura pura.
Se algo é verdade, é que Charli XCX está redefinindo o que significa ser uma estrela do pop.

Favoritas do Caderno Pop:
Rewind:
Apple:
365:
Lançamento: 7 de junho de 2024
Gravadora: Atlantic Records
Compositores: Alexander Guy Cook, Blake Slatkin, Charlotte Aitchison, Omer Fedi, Finn Keane, Henry Walter, Charlotte Aitchison, George Daniel, Jonathan Christopher Shave, Mike Levy, Ross Matthew Birchard, Pablo Diaz-Reixa, Linus Wiklund, Noonie Bao, Cirkut
Produtores: A. G. Cook, Cirkut Easyfun, Charli XCX, Gesaffelstein, Hudson Mohawke, George Daniel, El Guincho, Jon Shave, Linus Wiklund, Omer Fedi
Duração: 41min 30 s
Faixas: 360, Club Classics, Sympathy Is a Knife, I Might Say Something Stupid, Talk Talk, Von Dutch, Everything Is Romantic, Rewind, So I, Girl, So Confusing, Apple, B2b, Mean Girls, I Think About It All the Time, 365.
Nota final: 92/100
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