Você já reparou que a música pop parece viver um eterno “revival“? A cada década surgem novos sons, mas ultimamente, o pop dos anos 80 e 90 tem se destacado de uma forma especial. E não é só o público saudosista que está dançando ao som de hits antigos. Tem uma nova geração de fãs (muitos que nem tinham nascido quando Madonna estava definindo o que significava ser uma superstar) que está abraçando esses ícones com todo o coração.
A verdade é que essa volta ao passado vai além da nostalgia. Para os jovens de hoje, os sons e visuais de uma época marcada por sintetizadores ousados e videoclipes extravagantes soam como algo fresco, quase como uma descoberta. E por mais que o TikTok esteja recheado de dancinhas ao som de “Vogue” e “Frozen”, tem algo mais profundo acontecendo. Essa galera não está apenas revivendo o passado, está reinterpretando ele.
Madonna, claro, é uma força da natureza. Com seu álbum “Like a Virgin” em 1984, ela estabeleceu um novo padrão. Mas o curioso é que, mesmo sendo uma mestra na reinvenção, é o seu trabalho das décadas de 80 e 90 que continua a fascinar os mais novos. Algo no seu estilo, sua ousadia, parece ecoar como uma voz distante, mas ainda audível, chamando para um tempo em que o pop era menos lapidado e mais cru – uma era de autenticidade que, por vezes, parece faltar hoje.
E não é só Madonna que está de volta aos holofotes. O som dos sintetizadores, as batidas eletrônicas e os refrões chicletes que marcaram os anos 80 estão por toda parte novamente, com artistas como The Weeknd, Dua Lipa e Bruno Mars se inspirando diretamente naquela vibe. O synthpop nunca morreu; ele só estava esperando o momento certo para dar as caras de novo.
Ah, e os videoclipes! Quem viveu os anos 80 lembra como os clipes de Michael Jackson, Prince e, claro, Madonna, eram muito mais do que simples vídeos. Eles eram eventos. Hoje, artistas como Billie Eilish e Lil Nas X têm bebido dessa fonte, usando o visual como extensão da música, assim como seus antecessores.
Agora, a década de 90 trouxe outro tipo de revolução: o grunge, o R&B e o dance. E você pode ver essas influências claramente em estrelas como Olivia Rodrigo e Rosalía, que misturam nostalgia e modernidade em um coquetel sonoro irresistível. A moda e a atitude dos anos 90 voltaram com força total.
O que atrai tanto o público jovem a essas épocas? Talvez seja a simplicidade. Antes da era dos smartphones e da constante conexão digital, o mundo parecia um pouco menos complicado. As músicas e clipes dos anos 80 e 90 oferecem um escape, uma viagem no tempo para um lugar onde a criatividade rolava solta, sem a pressão de seguidores ou algoritmos.
E tem também o fator psicológico. A nostalgia é poderosa. Ela cria um sentimento de segurança, como um abraço caloroso de tempos mais simples. Para aqueles que não viveram essas décadas, o pop dessa época é quase como uma cápsula do tempo, uma oportunidade de experimentar o que seus pais amaram, enquanto traçam suas próprias conexões com o passado.
Por fim, não dá para falar dos anos 80 e 90 sem reconhecer o legado que deixaram para a música atual. Madonna abriu o caminho para artistas como Lady Gaga e Beyoncé, enquanto Michael Jackson continua a inspirar dançarinos e produtores mundo afora. E claro, Prince e Whitney Houston seguem sendo referências incontornáveis para quem busca uma música pop mais autêntica e menos pasteurizada.
O ciclo de nostalgia não mostra sinais de parar. O que começou como uma redescoberta virou parte integrante do que é pop hoje. O passado e o presente estão em constante diálogo, e a música pop (como sempre) continua a se reinventar. Então, se prepara: o pop dos anos 80 e 90 ainda tem muita história para contar.
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