Com um clima imerso na MPB, os primeiros acordes de “Eu já te conheço?” começam com o violão em um leve ixejá, ritmo africano originário das práticas religiosas do candomblé. Em sua melodia, o puro da bossa nova em uma voz que você já conhece. Multi-instrumentista, compositora e produtora musical, Fernanda Porto é consagrada como precursora do estilo musical que mistura a linguagem da música eletrônica aos diversos ritmos da música brasileira. “O primeiro sentimento que essa música me trouxe foi um terreno confortável de maturidade em um relacionamento que já percorreu alguns caminhos. E traz a certeza que canto no trecho: O amor tem que sempre ser bom, que ele acabe se for só ruim. O amor nunca deixa que algo se acabe sem ser mesmo um fim”, diz Fernanda.
É dela o hit Sambassim, canção que fez sucesso pelo mundo inteiro em 2002. A artista foi a precursora do ritmo que mistura a bossa nova com com o drum and bass, popularizando o gênero drum ‘n’ bossa em todo o mundo. Além disso, Fernanda foi reconhecida pelas releituras eletrônicas de clássicos da música brasileira como Só Tinha de Ser Com Você (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira), Roda Viva (com participação do autor Chico Buarque), Charme do Mundo (com participação de Marina Lima) e Sampa (Caetano Veloso). Depois de 11 anos de hiato, a artista apresenta seu mais novo trabalho: o disco Corpo Elétrico e Alma Acústica, que terá duas músicas lançados a cada mês. Com dois singles já lançados em abril, Tempo Me Ensina e Um Dia Inteiro Só Pra Nós, o disco marca a primeira obra do recém-criado selo da artista, Giramundo, e reúne 14 canções inéditas de sua autoria, incluindo uma em homenagem ao cantor Milton Nascimento.
A volta de Fernanda Porto não poderia acontecer sem uma novidade em experimentação: ela assina a direção artística, a produção musical, os arranjos e a gravação de todos os instrumentos e voz do novo álbum. Reafirma, assim, sua marca e resgata o conceito de seu primeiro disco. “A produção musical é uma aventura sonora que eu gosto muito. Eu sou apaixonada pela possibilidade de buscar sonoridades, fazer arranjos, criar batidas diferentes. Produzir meu próprio álbum é sentir uma química da música com minha personalidade, é garantir que eu estou ali por inteiro”, completa Fernanda.
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