Desde seu anúncio, “Becoming Led Zeppelin” gerou grande expectativa entre fãs e estudiosos da música, prometendo uma abordagem intimista sobre os primeiros anos da icônica banda britânica. Dirigido por Bernard MacMahon, o documentário se vale de imagens inéditas, gravações raras e entrevistas para construir um retrato quase mitológico da ascensão de Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e John Bonham. No entanto, apesar do acesso privilegiado a materiais de arquivo e depoimentos, a estrutura e a execução deixam a desejar quando analisadas sob um prisma mais crítico e técnico.
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A proposta narrativa de “Becoming Led Zeppelin” segue um modelo tradicional, evitando inovações estilísticas e estruturais. O documentário essencialmente se desenrola como uma entrevista estendida, entremeada por imagens de arquivo, sem um fio condutor mais sofisticado. A montagem aposta em sobreposições visuais sobre performances ao vivo, um recurso interessante, mas pouco explorado de maneira inovadora. A cinematografia das entrevistas, por sua vez, carece de um senso de intimidade e imersão, resultando em um distanciamento que pode comprometer a conexão emocional do espectador com os membros remanescentes da banda.
Outro ponto de debate é a falta de uma abordagem crítica ou investigativa. O documentário se concentra exclusivamente nos aspectos positivos da trajetória da banda, deixando de lado temas mais espinhosos, como alegações de plágio, excessos da vida na estrada e questões de comportamento dos integrantes. Se, por um lado, essa decisão contribui para um tom celebratório, por outro, gera uma sensação de narrativa parcial, especialmente para aqueles que buscam uma análise mais abrangente da história do Led Zeppelin.
A experiência sonora é, sem dúvida, o maior trunfo do documentário. O design de som e a remasterização das performances oferecem um impacto visceral, proporcionando momentos que realmente transportam o espectador para a era de ouro do rock. No entanto, a dependência dessa imersão sonora não compensa a superficialidade da narrativa. Para um público já familiarizado com a banda, o documentário se torna redundante, reforçando informações amplamente conhecidas sem oferecer novas perspectivas.
Por fim, a estrutura narrativa peca ao assumir que o espectador já está inteiramente familiarizado com os integrantes e sua trajetória. A ausência de um desenvolvimento mais didático pode afastar aqueles que não possuem um conhecimento prévio detalhado sobre o Led Zeppelin. Além disso, o ritmo excessivamente linear torna a experiência cansativa, especialmente para um público menos engajado.
“Becoming Led Zeppelin” é um tributo competente, mas limitado. Enquanto entrega uma experiência sonora impactante e momentos visuais interessantes, falha em trazer uma abordagem inovadora ou em questionar aspectos mais complexos da trajetória da banda. Para os fãs devotos, pode ser um deleite reviver o início da carreira do Zeppelin. Para os demais, a obra pode parecer um registro monótono e sem maior substância.
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