Bridget Jones sempre foi um reflexo adorável do caos que muitas pessoas experimentam na vida adulta. Em “O Bebê de Bridget Jones”, vemos a protagonista, agora com uma carreira estável e menos paranoica com sua solteirice, embarcando em mais uma confusão romântica quando descobre que está grávida sem ter certeza de quem é o pai. Entre um encontro “acidental” com o charmoso Jack Qwant e um revival com o eterno Mark Darcy, a incerteza se instala e, junto com ela, toda a dose de humor característica da franquia.
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É revigorante ver uma comédia romântica protagonizada por personagens de meia-idade. Em tempos em que Hollywood insiste em reciclar a juventude como símbolo exclusivo de paixões intensas, “O Bebê de Bridget Jones” nos lembra que romance, confusão e recomeços acontecem em qualquer fase da vida. E, se a bilheteria nos EUA pode não ter sido o sucesso esperado, o apelo internacional é garantido. Bridget Jones tem fãs fiéis que sabem exatamente o que esperam ao embarcar nessa nova jornada.
O grande acerto do filme está no tom. Diferente do desastroso filme anterior, que exagerou na caricatura e nas situações questionáveis, este terceiro filme consegue equilibrar humor e maturidade. Bridget continua sendo a desastrada que conhecemos, mas agora suas inseguranças e dilemas são encarados com uma leveza mais sofisticada.
Renée Zellweger está absolutamente carismática no papel. Se no primeiro filme a força estava no elenco de apoio e na estrutura clássica de “Orgulho e Preconceito”, aqui é o desempenho de Renée que carrega a história. Colin Firth retorna com o charme contido de sempre, enquanto Patrick Dempsey entra bem na dinâmica, criando um triângulo amoroso eficiente. E temos Emma Thompson, que rouba cenas e adiciona uma camadas impagáveis ao roteiro.
Claro, o filme não é perfeito. Algumas piadas parecem um tanto fáceis, e a história se apoia na velha dinâmica da mulher “dividida entre dois amores”, sem reinventar a roda. Mas, ainda assim, há um frescor no jeito como a trama se desenrola. O roteiro tem consciência de seus clichês e os usa de forma divertida, sem tentar vender uma história “pseudofeminista” que engana o público com promessas de originalidade.
A jogada ousada envolvendo o personagem de Hugh Grant é um detalhe que não pode passar despercebido, assim como a aparição especial de uma cantora britânica que deixa sua marca. E para os que, como eu, têm carinho pelo elenco de apoio, a presença de Julian Rhind-Tutt e Tom Rosenthal é um aceno bem-vindo.
No fim, “O Bebê de Bridget Jones” não é um filme revolucionário, mas cumpre com louvor o papel de trazer uma conclusão satisfatória e divertida para a saga da personagem. Há humor, há coração e há aquela sensação confortante de revisitar uma velha amiga. Para quem acompanhou a história de Bridget ao longo dos anos, esse filme é um presente divertido e despretensioso.