“O Homem do Saco” é um filme de terror que assusta, mas não pelos motivos certos. A ideia de transformar uma lenda infantil em um pesadelo real tem tudo para ser interessante, mas o que chega à tela é um espetáculo de clichês, decisões preguiçosas e uma criatura que parece saída de um especial de Halloween de orçamento reduzido.

A trama até tenta criar um suspense psicológico: Patrick (Sam Claflin) retorna à cidade natal e se vê assombrado pela entidade que marcou sua infância. Mas qualquer tentativa de construção de tensão é rapidamente sufocada por um roteiro que recicla sustos previsíveis e se apoia em convenções ultrapassadas do gênero. O filme confunde atmosfera com barulho alto e acha que piscar as luzes freneticamente vai compensar a falta de criatividade. Spoiler: não compensa.
O maior problema, no entanto, está na execução do próprio vilão. O conceito do “Homem do Saco” como uma entidade mitológica que sequestra crianças “boas” poderia render uma abordagem mais sombria, talvez até algo na linha de um folclore distorcido. Mas o que vemos é uma criatura genérica, que parece ter saído de um catálogo de fantasias descartadas. O design do monstro não inspira medo, só lamentação é o tipo de coisa que daria para montar com papelão, cola quente e um restinho de tecido de cortina.
No fim, “O Homem do Saco” não é um terror que desafia, não é um thriller que prende e nem consegue ser um trash divertido. Ele falha de todas as formas possíveis, seja como horror psicológico, seja como susto fácil, seja como entretenimento. No máximo, serve como um lembrete de que nem toda lenda merece ganhar vida no cinema. Às vezes, é melhor deixar certas histórias no escuro, bem longe das telas.
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