Dupla FernandoS lança EP do projeto “Necklace”

A dupla FernandoS, formada pelo cineasta Fernando Grostein Andrade e pelo ator e cantor Fernando Siqueira, acaba de lançar o EP do projeto experimental “Necklace“, um trabalho que mescla música, cinema e questões profundas como saúde mental e traumas. A novidade marca uma fase ousada para a banda, que traz um álbum duplo e um filme musical gravado em locais como Bahia, Rio de Janeiro, Califórnia e Utah.

Dupla FernandoS lança EP do projeto “Necklace” | Foto: Reprodução

Fernando Siqueira lidera as apresentações no palco, enquanto Grostein Andrade, com seu olhar de cineasta, comanda a produção musical e participa na composição de algumas faixas. O EP chega pela Virgin Music, trazendo quatro faixas inéditas, compostas por Siqueira e produzidas por Grostein Andrade. Mas o projeto vai muito além de uma simples coleção de músicas: “Necklace” (Entrelaços) propõe uma jornada audiovisual e sensorial, que transita entre música e natureza, explorando as cicatrizes internas e o poder da arte como cura.

Fernando Siqueira explica o desafio de lançar um projeto de longa duração em uma era de consumo rápido: É ousado hoje em dia, né? Lançar um filme de mais de uma hora, que ainda mistura música e saúde mental… Mas, no fim, o feedback está sendo ótimo. Quem assistiu ao filme, por mais que seja um longa-metragem, se manteve atento. Acho que o Fernando tem uma forma dinâmica de dirigir e montar o filme, que dificulta você se sentir entediado.”

Grostein Andrade complementa, destacando que a obra reflete as raízes brasileiras, mesmo com trechos filmados nos Estados Unidos e o uso do inglês em algumas partes:A gente fez questão de que o filme refletisse nossas raízes brasileiras. Desde a produção musical, com a percussão baiana do Gibi dos Santos, até as filmagens que misturam Califórnia com o interior da Bahia e o Rio de Janeiro. A ideia é mostrar essa fusão entre o tropical e o californiano, criando uma ponte entre as culturas.”

Sobre o processo criativo, a dupla revela que o projeto começou com Fernando Siqueira compondo músicas no piano, como uma espécie de válvula de escape mental: Estávamos em um momento delicado, pós-eleição, e a música acabou sendo uma forma de manter nossa sanidade. O processo criativo era bem orgânico. Eu compunha e o Fernando ia passando, dando sugestões, até ele se aprofundar mais na produção musical. Ele aprendeu tudo de forma autodidata, em uma velocidade impressionante,” compartilha Siqueira.

Já para Grostein, o envolvimento com a trilha sonora foi um ponto de virada:Em certo momento, gravamos um protótipo do filme com uma hora de imagens e telas em preto, onde imaginávamos cenas. Eu sentei no piano e toquei por uma hora, enquanto as imagens passavam. A trilha sonora acabou nascendo disso, como o pulso do filme. Depois, fomos para o Rio e trabalhamos com Jacques Morellenbaum, que fez arranjos de violoncelo sobre essa base. A trilha acabou sendo cortada em 16 faixas que ainda serão lançadas.

A dupla também ressalta que a união entre filme e música é fundamental para o projeto. Para eles, não há uma separação rígida entre os dois elementos, tudo flui de forma natural. Como Siqueira diz: “Parece que foi feito tudo junto, e é porque de certa forma foi. Mesmo as músicas que escrevi sozinho se entrelaçam com a visão visual e musical que construímos juntos.

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