Há algo de cinematográfico no universo visual de Ca7riel & Paco Amoroso. Seus videoclipes não são meros complementos às faixas, mas peças narrativas próprias, onde estética, coreografia, edição e simbolismo se entrelaçam num convite à imersão. A dupla argentina, vinda do caldeirão criativo de Buenos Aires, construiu um imaginário que transita entre o real e o absurdo com uma naturalidade desarmante. A jornada visual de Ca7riel & Paco Amoroso é uma coreografia entre o delírio urbano e a identidade latino-americana, expressa por meio de cortes agressivos, figurinos teatrais e um senso de humor que beira o desconfortável.
Doechii: desvendando o clipe de “Anxiety”

“Jala Jala”
“Jala Jala” é uma explosão de energia que mistura o grotesco e o surreal com uma estética lo-fi proposital. No vídeo, Ca7riel e Paco surgem em ambientes suburbanos que parecem saídos de um delírio. A escolha pela fotografia granulada e a montagem frenética traduzem uma juventude inquieta e autoconsciente de seu tempo, que se diverte subvertendo a própria imagem.
“Ouke”
Talvez o videoclipe mais icônico da dupla, “Ouke” apresenta uma Buenos Aires desfigurada pela lente psicodélica do duo. As imagens alternam entre o urbano e o simbólico. A direção de arte carrega influências do glitch art e do expressionismo alemão, revelando uma ambição estética rara no trap latino-americano. O clipe é, acima de tudo, uma declaração de independência criativa.
“En El After”
Com uma abordagem mais minimalista, “En El After” retrata a crueza emocional do pós-festa. A câmera passeia em plano-sequência entre ambientes onde os corpos parecem exaustos, sensuais ou anestesiados. A luz baixa e os tons azulados criam uma atmosfera etérea, melancólica. Aqui, o videoclipe não busca narrativas grandiosas, mas sensações íntimas, criando uma ponte emocional com quem assiste. O silêncio entre os versos é tão importante quanto o beat.
“Paga Dios”
Misturando realismo mágico e crítica social, “Paga Dios” funciona quase como um curta-metragem. Ca7riel e Paco vivem personagens presos num ciclo de violência e redenção. A direção evoca o cinema de Alejandro Jodorowsky, com imagens saturadas, simbolismo religioso e cortes que parecem feitos para provocar o espectador.
“Mi Sombra”
O videoclipe abandona o caos urbano de outros trabalhos para mergulhar em um cenário árido, quase apocalíptico. Ca7riel e Paco Amoroso aparecem como sobreviventes de uma guerra invisível, correndo pelo deserto como se carregassem o peso de algo que já terminou mas que deixou marcas. O céu alaranjado, a poeira suspensa, a solidão da paisagem: tudo remete a um mundo em suspensão, onde o tempo parece ter parado.
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