Em respeito à calamidade dos incêndios em Los Angeles, o anúncio dos indicados ao Oscar foi adiado pela segunda vez, passando para o dia 23 de janeiro. A cineasta Fernanda Schein, brasileira em ascensão na indústria de Hollywood e integrante do time de edição da Netflix, comentou que o Globo de Ouro é um excelente termômetro para prever os vencedores da maior premiação do cinema. A expectativa de trazer uma estatueta para o Brasil cresce após a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro por sua atuação em “Ainda Estou Aqui”.
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E sim, a premiação foi um bom presságio para o cinema nacional. De acordo com a cineasta Fernanda Schein, brasileira que integra o time de edição na Netflix e vem conquistando Hollywood, o Globo de Ouro costuma ser um bom indicativo:
“Ganhar o Globo de Ouro certamente facilita, mas não garante o Oscar. A vitória traz mais tração e visibilidade tanto para o filme quanto para Fernanda Torres, algo essencial nessas corridas de premiação. O prêmio também é um excelente termômetro — nos últimos 10 anos, 8 atrizes que ganharam o Globo de Ouro também levaram o Oscar”, lembra.
Por outro lado, a divisão de categorias pode ser um empecilho. Diferente do Globo de Ouro, o Oscar tem uma categoria única, o que aumenta a concorrência. “Mesmo com desafios, acredito que Fernanda Torres será indicada no dia 23”, aposta Schein.
A cineasta também destaca como ponto positivo a narrativa de “correção histórica” que se formou ao redor de Torres: “25 anos atrás, Fernanda Montenegro não levou o Oscar por ‘Central do Brasil’, mas agora sua filha pode trazer o primeiro prêmio do Brasil na categoria de Melhor Atriz. Esse é exatamente o tipo de história de azarão que os americanos adoram. Combinado ao carisma e talento de Fernanda, isso a torna uma candidata forte e me deixa otimista!”
Além da conquista da desejada estatueta dourada, a cineasta vê o momento como uma expressão de validação do cinema e da cultura brasileira. “É um momento histórico. Esse reconhecimento internacional reafirma a qualidade das nossas produções e chama atenção para o talento dos profissionais, ampliando o interesse por nossas histórias e pela nossa perspectiva cultural.”
Falando em história, de acordo com Fernanda, uma das grandes questões foi pulverizar ao mundo uma realidade brasileira: “Percebi aqui nos EUA que a maioria das pessoas não sabe que houve uma ditadura no Brasil, muito menos que foi tão violenta e sanguinária como a nossa, algo que jamais deve ser esquecido.”
Torres passou a frente de nomes como Angelina Jolie e Nicole Kidman, queridinhas de Hollywood. Segundo Schein, desbancar grandes nomes é um feito marcante e pode abrir portas para uma nova etapa na carreira da atriz.
“Sua performance não só a destacou artisticamente, mas também a posicionou como uma figura bem recebida por Hollywood, com potencial para construir uma presença ainda mais significativa nesse cenário. Independentemente de seus próximos passos, essa conquista é um marco que eleva tanto sua trajetória pessoal quanto o cinema brasileiro como um todo”.
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