O termo Lemak vem do malaio e significa algo cheio de peso, gordo. É bem representativo do som do grupo. Mas se quisessem incorporar um termo grego ao nome da banda seria fênix, pois, como na mitologia do pássaro, o conjunto carioca renasceu neste trabalho que carrega o nome da banda, na parceria com o Midas Music, de Rick Bonadio.
Após sete anos correndo o circuito carioca com uma mistura de gêneros que os levou a batizar o que faziam de new rock (iam do baião ao rap, passando por samba e o que mais desse nas orelhas dos integrantes), perceberam que a mensagem original vinha se perdendo.
São uma banda de pop rock na acepção da palavra, que vinha sendo recebida como grupo divertido em alguns lugares ou experimentalista em outros.
Quando gravaram o EP anterior, “Sempre em Frente”, foi sintomático para se afastarem de influências que consideravam negativas, que os prendia a fórmulas com que não concordavam e miraram o Norte, para frente.
Com a decisão, alcançaram o Midas, chegaram a um patamar inédito de profissionalismo em absolutamente tudo, gravaram com a produção de GiuDaga e direção artística de Rick Bonadio e o que se ouve nas três canções é todo o relato acima em formato musical.
“Dias Banais” é hard rock Lemak (pesado), conduzido por riff de guitarra de Jimmy, letra direta e sem rodeios cantada por Diogo Berlim e cama de melodia de teclado bem encaixada por Duds Bemol, que também assume por vezes o violino no grupo quando preciso.
Os outros dois integrantes são Marujo, na bateria, e Digão, no baixo. A cozinha diz bastante da mistura que forma a receita – o baterista vem de escola e gosto pelo reggae; já o baixista, tem influência nas linhas de seu instrumento do grunge.
Em “E Se For Clichê” temos uma balada pop de raiz, com violão, piano e que acrescenta guitarra e bateria no decorrer. Fecha com um pop rock solar, para cima, cheio de astral – “Pensamento”, que define bem a filosofia de positividade do Lemak com todos os elementos (instrumentos) em harmonia no mesmo sentido.
“Neste EP voltamos a nos sentir especiais. Por isso decidimos batizá-lo com o nome da banda”, diz Duds. Desculpe o trocadilho final, mas é um batismo de peso.