Multifacetado, o professor de piano Antônio Vaz Leme conquistou destaque não apenas pelo seu talento como pianista, mas por sua abordagem inovadora na análise e interpretação musical, o que o levou a explorar diversos instrumentos.
O projeto Piano Que Toca nasceu durante a pandemia, e foi como ele descobriu seu talento como comunicador. Em um papo com o Caderno Pop, o professor trouxe suas opiniões sobre o cenário musical popular e como o piano pode expressar amplamente qualquer estilo musical. Confira:
Com quantos anos você começou a tocar instrumentos musicais?
Comecei aos 4 anos, minha mãe me pegou emocionado ouvindo o álbum “Thriller” do Michael Jackson, e decidiu que eu deveria ter aulas de piano. Tínhamos um acústico em casa, minha mãe tocava.
Qual foi o seu primeiro piano?
Eu tenho tido enorme prazer em praticar meu repertório de música de concerto e música popular no Privia PX-S3100, que responde muito próximo ao piano acústico. Além disso, seus recursos em timbres têm me ajudado ilustrar ideias interpretativas com os meus alunos e também no meu canal Piano Que Toca, emulando outros instrumentos e expandido a imaginação.
Qual foi seu primeiro contato com um produto Casio? Você se recorda?
Eu acredito ser daqueles relógios de pulso digitais. Um charme!
Ao longo de sua carreira teve alguma experiência ou lembrança com um produto Casio?
Antes de eu me tornar um artista Casio, comecei a experimentar os pianos elétricos da marca em apresentações, podcasts, saindo sempre com uma excelente impressão do instrumento.
Mesmo conhecido, você decidiu ir para as redes sociais. Como começou esse projeto?
Eu era conhecido no meio musical como pianista, mas o grande público ainda não me conhecia. Na pandemia decidi criar meu curso de piano para iniciantes, o Piano Que Toca. Inicialmente, as redes sociais me serviram para mostrar minhas habilidades como professor e divulgar o curso. No processo, acabei descobrindo o meu lado comunicador.
Através do universo digital é possível popularizar as músicas clássicas?
Eu acredito que essa seja a minha principal missão nas redes sociais. A música de concerto nunca esteve tão disponível. Lembro-me, na minha juventude, de quanto os CDs de música de concerto, por serem importados, eram caros. O mundo digital é um trunfo neste universo. O piano e a literatura da música clássica é um direito de todos.
Quem são seus seguidores na rede?
São pessoas apaixonadas por música, pelo piano, por cultura Geek, games, por cultura Pop, música brasileira, por futebol (por conta das minhas análises dos hinos dos clubes). De acordo com os dados das minhas redes, a maioria são jovens de 25 a 34 anos.
Suas leituras das músicas e explicação sobre o objetivo da composição emocionam. Como você avalia esses resultados e os feedbacks?
Todos nós somos seres sensíveis. Sentimos tudo, o tempo todo. Amamos música por que ela é a linguagem dos sentimentos, do amor, da esperança, da revolta, da raiva, da superação. As pessoas se emocionam ao passo que identifico e aponto estes mesmos afetos nas músicas. Os feedbacks são vários e me deixam muito honrado: de que sou um “tradutor” das músicas, poeta, um “feiticeiro” que revela algo que as pessoas já sentiam, mas ainda não sabiam explicar.
Como surgiu essa inspiração de analisar a música de uma forma tão inovadora?
Eu vinha tentando diversas maneiras de me comunicar com público, especialmente no TikTok. Gosto e toco de tudo, e, mesmo com música de concerto (solos, música de câmara, cantores, orquestra) ficava perdido, sem saber onde focar meu conteúdo. Não queria ter que me restringir a um estilo, a uma categoria. Acho que de tanto experimentar, que acabou surgindo essa maneira de se comunicar, focando nos sentimentos das músicas.
Você analisa todos os tipos de música, como você avalia o cenário musical popular?
Meu objetivo é mostrar o piano e suas potências. Como ele consegue expressar amplamente qualquer estilo musical. Como venho da música clássica, tenho uma estrutura técnica que me possibilita transicionar e fluir entre os gêneros. Mas isso é possível por que acredito sinceramente na diversidade e na pluralidade como um trunfo humanitário. Todas, todos e todes são bem-vindos no PianoQueToca.
Quais são os projetos futuros?
Penso em criar novos cursos, mas principalmente tocar mais e mais. Conhecer repertório e colocar aquilo que já toco mais vezes no palco. Porque é nessa maturação que evoluo como ser humano, e me inspiro para criar meus conteúdos nas redes sociais.