Composta a partir da ideia de que deus é um conceito geográfico – que varia de acordo com lugar, povo ou religião –, “cabeça ruim” marca o início de uma nova fase na carreira de saudade. Lançado ontem (24), nas principais plataformas digitais, a música busca trazer uma reflexão sobre crenças e como suas narrativas são controladas pelo viés de quem detém o poder.
A inspiração para a letra surgiu durante uma conversa com os músicos André Ribeiro e Rafael Lira, ex-integrantes da banda Alaska. “Ao pensar nas religiões, percebemos que era uma lógica parecida com a da guerra, na qual quem conta a história é o vencedor. A crença com mais aderência ou relevância precisa ter sua representação escrita em pedra e sangue”, explica o artista, que se considera agnóstico – não acredita nem nega a existência de um ser superior.
André Ribeiro, que também é produtor musical, assina o beat moderno marcado por cortes bruscos nos vocais que entoam a introdução da música, e saudade contribuiu equilibrando com um violão bem brasileiro com influência do samba. A densidade da mensagem também se contrapõe com uma voz bastante suave.
“É um tom quase despreocupado para tratar sobre um assunto difícil, mas necessário. Quantas vezes não vemos casos de opressão, doutrinação ou perseguição do que é diferente por parte de ideologias que deveriam pregar o amor e a justiça?”, questiona.
O primeiro single já dá sinais do que o público pode esperar para o primeiro álbum autoral que será lançado em breve. Ao partir de experiências bastante pessoais, o artista consegue tratar sobre relações de uma forma universal. “cabeça ruim” é a primeira parte dessa história.
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