Que o mercado da MPB, que tem trazido cada vez mais influências do pop e folk, está em alta, não é novidade. As baladas leves, que narram lindas e até tristes histórias de amor, dominam, cada vez mais, os charts nacionais e a voz doce da cantora Miranda não passa desapercebida neste movimento.
Menina do Rio de Janeiro, que cativou os ouvidos atentos do público brasileiro, comemora seu ano de estreia com o lançamento de EP “Sonho Meu”, um projeto composto por quatro faixas, sendo três delas autorais, já conhecidas do público, e que mostram a potência da cantora estreante para o mercado, organizadas juntamente com a faixa-título, uma releitura do sucesso de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho.
Ainda tímida, Miranda começa a escrever sua história com a autobiográfica “Eu Não”, uma faixa emocional, sobre mudanças e perdas. Produzida por Felipe Rodarte e gravada no estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, a faixa marcou uma estreia de peso para a cantora, chegando ao terceiro lugar do chart 50 Viral, do Spotify, no final de semana de lançamento. “‘Eu Não’ reflete uma época de mudanças. Entre outras coisas, perdi um amigo importante. Eu queria que tudo tivesse sido diferente, mas, infelizmente, o tempo passou e a gente não tem uma máquina do tempo pra voltar e refazer. Nas primeiras vezes em que eu toquei essa música eu fui só lágrimas e demorou muito para eu conseguir tocar sem me emocionar. Tem muito sentimento nela e é uma das minhas favoritas”, comenta Miranda.
A continuidade da construção de Miranda no cenário, pode ser vista e ouvida em “Agora”, uma balada romântica, sobre a relação de duas pessoas no dia a dia e a expectativa de uma história de amor, que depende apenas do tempo para se firmar e encontrar um rumo. As cores de um relacionamento são cantadas pela artista em todas as linhas gravadas também em um clipe intimista, com apenas voz e violão, na Toca do Bandido. “‘Agora’ é meu xodozinho, uma das músicas mais coloridas que eu já escrevi, uma faixa que fala de amor. Ela foi escrita para alguém muito especial que passou pela minha vida e eu queria que essa pessoa soubesse o quanto ela foi especial na minha história”, continua a artista.
“Universo” arrebatou corações e deu início aos trabalhos da cantora em 2019. O terceiro e também autoral single da artista é uma verdadeira carta de apresentação de Miranda ao público, representa uma boa parte do que artista é e quer mostrar para o mundo. “Eu gosto muito de falar de amor, então, ‘Universo’, mais do que nunca, é de amor, mas, não só amor de um casal, o amor na forma mais pura e simples, entre familiares e amigos”, comentou Miranda. A música chegou acompanhada de clipe dirigido por Pedro Tófani, responsável por assinar os trabalhos recentes de Jão (“Imaturo” e “Eu Vou Morrer Sozinho”).
“Sonho Meu”, completa este primeiro ciclo da artista com o lançamento do primeiro e homônimo EP da carreira. Samba escrito por Dona Ivone Lara em parceria com Délcio Carvalho, a música transpõe e une gerações em torno de uma única letra. A primeira gravação, de Maria Bethânia e Gal Costa, agora recebe uma melodia suave e compassada, marcada pelos acordes do violão característico de Miranda. “Essa é uma música história, que ultrapassa gerações e eu me sinto muito honrada com a possibilidade de gravá-la. ‘Sonho Meu’ se tornou um hino e colocar a minha voz, o meu estilo e tudo o que eu acredito em uma música tão marcante, foi um desafio”, diz a artista.
A música, que carrega no nome a concretização do primeiro projeto de Miranda, carrega um ano de história da artista no mercado. “Este foi um ano muito importante para mim. Eu ainda estou no começo, tenho consciência, e sou muito grata pela realização de mais um sonho meu. Pensar neste EP é pensar que tudo o que mandamos para o universo pode se concretizar. Essa é a minha grande realização”, finaliza a cantora.
A faixa-título chega acompanhada de clipe inédito, dirigido pela Jangada Comunicação e que mostra Miranda desenhando e projetando seus sonhos.
“Queria namorar você e partir seu coração só para ganhar uma música”, com este comentário de um amigo próximo, Miranda começa a escrever sua história na música. Cantora, compositora e multi-instrumentista carioca, Aline Loureiro de Miranda, 23 anos, fez sua estreia na música há sete anos, quando integrava uma banda, chamada Júlia Sabe, e já participava de saraus e eventos da faculdade.
“Acho que a minha essência é a natureza, talvez, dos desastres naturais à beleza das paisagens, literalmente”, comenta a cantora sobre sua história. Com este ponto de partida podemos sentir que a alma leve da artista transpõe suas composições – as quais escreve desde os 12 anos e para as quais tudo é pano de fundo.
Para acompanhar, Miranda toca violão, ukelele e escaleta, instrumentos que preenchem os espaços de voz com o melhor das batidas indie, folk e MPB. Autodidata, a artista cursa Teoria e Produção Cultural na faculdade.
“Pra mim, a música é uma forma de comunicação emotiva. É algo que passa uma ideia e te faz sentir o que está sendo ouvido. A música é uma parte de mim, é minha forma favorita de me expressar, de botar pra fora qualquer coisa que eu esteja passando ou sentindo”. Autobiográfico, seu trabalho traz muito de seus ídolos: a dedicação e entrega às composições.
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