Chameleo é um artista do cenário pop no Brasil, com referências conceituais fortes e impecável linguagem de moda e fotografia. Com milhões de views em seu canal no YouTube e milhares de ouvintes no Spotify, o cantor está em constante transformação, fazendo jus ao seu nome artístico que faz referência ao camaleão, com suas várias mudanças de cor para sua fácil adaptação.
Em sua Nova Era, o artista mostra sua eterna metamorfose, sempre pronto para novas descobertas, permitindo-se ao novo, ao desconhecido. Já dentro desse novo projeto, em 2020 Chameleo lançou o primeiro single do novo álbum, em um feat com Pabllo Vittar com “frequente(mente)”. Em apenas um mês o clipe atingiu mais de 2 milhões de plays no Youtube. Nesta sexta-feira, 23 de julho, o artista se junta a Carol Biazin no clipe de “Enigma”, gravado em Curitiba (PR), terra de Chameleo.
A letra que fala de atração, desejo, mistério e conquista é uma composição de Chameleo, Carol Biazin, Bibi, Amanda Coronha e Deco Martins.
O Caderno Pop bateu um papo com os dois artistas sobre o feat, confira:
Essa é a segunda parceria do Chameleo e também pela segunda vez com outro ícone LGBTQI+. Você já conhecia o trabalho da Carol Biazin já faz quanto tempo?
Chameleo: Sim, e no meu álbum (a ser lançado) todas as seis parcerias fazem parte da comunidade LGBTQIAP+. E eu conheci o trabalho da Carol em um camping de composição há dois anos atrás. A gente tava compondo pro álbum de uma amiga, a Jenni Mosello. Conheci a Carol lá e me apaixonei pelas composições, pela voz e pela sonoridade dela.
O clipe foi gravado em Curitiba, sua terra natal. É importante mostrar para os fãs um pouco das suas origens?
Chameleo: Com certeza, acho que expor as origens traz o público mais pra perto do artista. É importante as pessoas verem quantos artistas talentosos são do Paraná também, não só da capital, mas do estado.
A música se chama “Enigma” e a pergunta é: o que a gente tem pra desvendar da carreira do Chameleo até o lançamento do primeiro álbum?
Chameleo: Muita coisa! Cada lançamento as pessoas vão desvendar um pouquinho, uma nova faceta do Chameleo até chegar no álbum, onde eu realmente vou mostrar todas as minhas vertentes.
Depois do clipe sensual da Carol com a Luísa Sonza, temos agora a parceria com o Chameleo. O clipe também está bastante sensual?
Carol Biazin: Eu vejo ele sim como um clipe sensual, mas é um sensual diferente de tentação. Até porque a gente não tem interação de beijo, não faria sentido, pois não fazemos um casal no clipe. É mais uma representação daquilo que a gente tá falando na letra. Então, ele é bem sensual sim, mas bem mais enigmático como diz no título da música.
É um pouco da mesma pergunta que fiz ao Chameleo, sobre a participação com artistas LGBT, que cada vez mais se faz necessário no mundo de hoje. Como vocês veem o cenário atual com a praticamente “eterna” necessidade de questionar por que o amor incomoda tanto?
Carol Biazin: Enquanto a gente tiver esses problemas enraizados na sociedade, na construção desde criança até adulto, a gente precisa sim questionar esse eterno julgamento do amor “Por que amar incomoda tanto?”. Realmente, parece até um absurdo falar, mas para algumas pessoas isso é normal. E precisa parar de ser normal. O que precisa ser normalizado é que somos pessoas diferentes, ninguém é igual. E a maior utopia na minha vida, na minha carreira é chegar nos lugares que conquistei com a minha música sendo uma artista e não uma artista LGBTQIAP+. Preciso que isso seja algo normal para as pessoas, o fato de eu ser uma mulher lésbica e namorar outra mulher. Então, realmente, enquanto a gente não conseguir alcançar esse patamar de normalizar a sexualidade dos outros, que as pessoas gostam de coisas diferentes de você, a gente vai continuar questionando.