Você já teve a chance de mergulhar no universo pulsante do funk com Anitta? Se não, então está na hora de explorar cada batida, cada melodia e cada letra de seu mais recente álbum, “Funk Generation” lançado na ultima sexta-feira (26). Em nossa análise faixa a faixa, vamos nos aventurar por esse panorama sonoro, desde a abertura poderosa de “Lose Ya Breath” até o fechamento marcante de “Mil veces”. Cada música é uma peça essencial nesse quebra-cabeça musical cuidadosamente montado por Anitta, e estamos aqui para desvendar seus segredos e descobrir o que torna cada faixa tão especial.
Lose Ya Breath: Com dois pés no peito, Anitta já abre o disco com uma fusão perfeita de funk futurístico com samples tradicionais de sua origem, o Furacão 2000. É literalmente a geração do funk, o funk do futuro.
Grip: Mantendo o impulso, “Grip” oferece uma experiência provocativa com variação vocal e uma atmosfera sensual. Embora simples em sua composição, serve como uma transição adequada para faixas mais complexas no decorrer no álbum.
Fria: Aqui, Anitta abraça completamente o funky melody. Apesar de muitos idiomas em uma única música ainda me causarem estranheza, gosto da forma como ela explora os acordes da música. Tem camadas capazes de nos transportar para uma revisitação nostálgica aos sons mais populares do início dos anos 2000. A música é envolvente.
MEME: Apesar do nome “complexo”, esta é uma faixa que vale a pena dar uma chance. A estrutura surpreende positivamente, trabalhando uma ideia que funciona de uma forma no Brasil e de outra forma para o público internacional. É divertida e inesperada.
Love in Common: Esta é o primeiro respiro mais pop do que funk. É a típica canção “fofa” que todo álbum internacional possui. Geralmente, esse tipo de música não atrai muito ouvintes como eu, que procuram algo mais profundo. No entanto, dentro da narrativa do álbum, ela é necessária para levar o ouvinte ao futuro proposto pela Anitta. Vai funcionar bem com a nova geração, apresentando um pop forte com elementos de funk melody, embora possa causar um certo desconforto para alguns ouvintes mais exigentes.
Aceita: A variação vocal no meio da música é o ápice e um verdadeiro prazer musical. Gosto quando Anitta se permite explorar músicas mais experimentais, com mais camadas e fora do tom convencional. O uso de palavras fortes contribui para a liberdade de expressão que seu disco pretende transmitir. “Aceita” é o prelúdio para o tom do restante do disco.
Double Team: Esta é o ápice do álbum! Sensual, provocativa e bem construída, é um eletrofunk experimental. A colaboração entre Anitta, Bad Gyal e Brray é a peça central do disco. A parte de Anitta se destaca, mostrando seu auge artístico e tudo o que ela aprendeu ao longo dos anos. A música consegue ser sensual, sombria e envolvente.
Savage Funk: Aqui, começamos com fogo! No melhor estilo funk carioca, esta é a faixa que todos estávamos esperando de um álbum chamado “Funk Generation”. É aquela música que pode incomodar quando ouvida em casa, mas que faz todo mundo se soltar e dançar quando tocada em algum lugar. No entanto, poderia ser um pouco mais longa e se aprofundar mais.
Joga Pra Lua: No contexto do álbum, esta faixa funciona. É interessante manter algo bem brasileiro em um disco que busca internacionalizar os fundamentos da nossa cultura. Gosto do refrão, e Anitta realmente arrasa com sua voz. No entanto, sinto falta de uma letra mais explícita, especialmente considerando as faixas anteriores que exploram temas complexos de forma deliberada. A musica é uma colaboração de Anitta com seus dois amigos de longa data, DENNIS e Pedro Sampaio.
Cria de Favela: Mais uma vez, vemos variações vocais impressionantes de Anitta. A música conta uma história e tem muitos elementos, explorando diversas camadas do funk.
Puta Cara: Começa com a mesma estrutura de “Double Team”, mas não tem a mesma profundidade. Marca o momento pós-auge de um baile funk, embora tenha uma ponte final que eleva a música. É interessante, mas pode causar estranheza inicialmente.
Sabana: Abrindo a reta final do disco, a música explora novamente um lado mais sombrio do funk, com um toque latino. É experimental e uma das melhores faixas do disco, diferente de tudo que já ouvimos antes.
Ahi: No seu polêmico feat com Sam Smith, a faixa nos transporta para uma reflexão sobre a nossa cultura latina. É profunda, tem a melhor composição do disco e uma melodia que se encaixa perfeitamente com as vozes de Anitta e Sam Smith.
Mil veces: É a forma ideal de concluir o disco. Embora seja um pouco diferente do restante do álbum, é fundamental para a narrativa proposta por Anitta. O instrumental é agradável, o refrão é gostosinho, e, embora pareça um dos seus singles soltos, conclui bem nossa jornada.
Favoritas do Caderno Pop:
Respeitando a linha de numerologia, separemos nossas 3 faixas favoritas:
Double Team:
Lose Ya Breath:
Savage Funk:
No saldo final a nova obra de Anitta “Funk Generation” cumpre as promessas da cantora, oferecendo uma experiência coesa e diversificada que funde os fundamentos do funk brasileiro com as tendências musicais contemporâneas. Embora algumas faixas possam parecer deslocadas, o álbum como um todo é uma expressão vibrante de tesão, amor, paixão e arte.
Lançamento: 26 de abril de 2024
Gravadora: Republic Records e Universal Music.
Compositores: Anitta, Jacob Gago, Samantha María Camara, Taylor Ross, Kobe, Laudz, Zegon, Tropkillaz, Liana Banks, Melony Redondo, Rodrigo Gorky, Maffalda, Zebu, Pablo Bispo, Brabo, Gabriel do Borel, Melymel, Márcio Arantes, Diplo, Nathalia Marshall, Benjamin Falik, Pedro Wider Malcher, Andy Bauza, Julia Lewis, Amy Allen, Amy Wadge, Jason Evigan, Rafael Fadul, Jamison Baken, Leclair, Dee Mad, Bad Gyal, Brray, Elvin Jesus Roubert-Rodríguez, Kenneth Vargas, Roberto Félix, Botlok, DJ GBR, Dennis, Pedro Sampaio, Fernando Ps, Gabriel Cantini, Shylton Fernandes, Forest Moore, David Arkwright, Marty Maro, Jorge Luiz Perez Jr., MC Jacaré, Sam Smith, Gale, Jimmy Napes, Mikkel Storleer Eriksen, Tor Erik Hermansen.
Produtores: Gabriel do Borel, Marcio Arantes, Brabo, de Zebu, Maffalda, Gorky, Pablo Bispo, Tropkillaz, de Zegon e Laudz.
Duração: 35 minutos com 15 faixas.
Faixas: Lose Ya Breath, Grip, Funk Rave, Fria, Meme, Love In Common, Aceita, Double Team (ft. Brray e Bad Gyal), Savage Funk, Joga Pra Lua (ft. Dennis e Pedro Sampaio), Cria De Favela, Puta Cara, Sabana, Ahi (ft. Sam Smith), Mil Veces.
Nota final: 90/100
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