A atriz, cantora, dubladora e produtora Luiza Porto segue em ritmo de celebração dos recém-completados 15 anos de carreira, colhendo frutos em trabalhos muito especiais, a exemplo da personagem Faísca, a quem deu voz na animação “Elementos”, primeira comédia romântica da Disney Pixar, indicada ao Oscar em 2024.
Além disso, a artista multifacetada comemora o sucesso do premiado musical “Bom Dia Sem Companhia”, que após conquistar os palcos, agora pode ser visto em versão cinematográfica, chegando a novos públicos através de diversas plataformas de streaming, e por fim, ela se prepara para estrear como a cachorrinha MC no musical inédito e original “Petshop – O Musicão”, que fará temporada no Teatro Bravos, em São Paulo, a partir de 9 de março. Confira a entrevista exclusiva:
Como foi seu início na dublagem?
Na infância, adorava desenhos dublados. Após me tornar atriz, estudei dublagem na Universidade de Dublagem e comecei com pequenas pontas. Ao participar de uma montagem de “A Pequena Sereia”, dirigida pelo Paulo Ribeiro e com o texto do Vladimir Capella, uma colega me indicou para um estúdio de dublagem que estava procurando por pessoas que, além de interpretar, também cantassem. Após um teste, fui escolhida para uma série da Disney, “Henry Monstrinho”, onde interpretei a personagem Summer. Demorei uns cinco anos para me declarar dubladora e encontrar estabilidade profissional. Esses anos foram marcados por muita persistência e um aprendizado constante, com cada experiência.
Quais são seus trabalhos preferidos ou mais importantes nesta área?
Ao longo desses 10 anos dublando tenho muitos queridinhos, mas para além das personagens importantes que eu vivi, é muito legal poder ver as pessoas crescendo, assim como eu, com todas elas.
Destaco: Faísca de Elementos, Daphne de Bridgertons, Tsyreia de Avatar 2, Cassie de Quantumania, Sarada de Boruto, Haru de Beastars, Lele de Lele e Linguiça, Bia de Bia (disney), Addison de Zombies, Diana de Anne com E no final, Doric de Dungeons and Dragons, Molly de Molly Mcgee e o Fantasma, Nami criança de One Piece, Rochelle de Monster Hight, Naomi de Elena de Avalor, Cayetana de Elite, Fabiana de Pinocchio, Raya criança em Raya, entre outras.
E dentre as mencionadas, tem alguma dublagem que foi mais desafiadora? Onde estava o desafio?
Eu costumo falar que a mais desafiadora é a que eu estou dublando agora, mas tem alguns trabalhos que foram muito desafiadores como a Faísca, de “Elementos”; o diretor, Diego Lima, me direcionou para uma voz mais grave e forte, afinal ela é do Elemento Fogo, junto disso ela tem muitoS momentos explosivos e delicados, além de ser um filme para cinema. onde o cuidado com as labiais é muito mais refinado.
Falando em “Elementos”, a animação está indicada ao Oscar 2023. Como foi a experiência de ter feito parte desse sucesso da Pixar?
Foi a realização de um sonho. Eu cresci assistindo as animações da Disney e fazer parte desse filme com uma personagem tão importante e especial foi incrível. Fiquei emocionada em vários momentos durante a gravação e terminei o filme aos prantos rs.
A Faísca é uma personagem forte que está assumindo a responsabilidade de cuidar da loja da família para ajudar seu pai, ao mesmo tempo que começa a se apaixonar e descobre novas possibilidades. Com isso seguimos para uma voz mais grave e com grandes explosões. Coloquei nela tudo o que acredito e o melhor que pude, e espero que ao assistir, as pessoas consigam sentir todo esse carinho e empenho.
Como equilibra sua abordagem artística, entre a dublagem e o teatro, especialmente quando se trata de expressar sentimentos e emoções de forma autêntica?
Acho que o segredo é se organizar e não esquecer dos momentos de descanso e curtir tudo, não adianta chegar o momento de estar em cena e estar com a cabeça em outro lugar ou só cumprir as obrigações. É importante estar inteira em cada lugar, por mais que seja com o tempo contado. Todo domingo eu sento e estudo a semana que vai entrar, o que terei de compromissos, o que preciso estudar, coisas para resolver e infinitas listas de tarefas. Arrumo minha mochila e separo algumas roupas de ensaio e o que for preciso para a semana. Dessa forma eu consigo curtir os momentos e me preparar para estar inteira tanto no estúdio, quanto no teatro e na vida.
Recentemente o musical “Bom Dia Sem Companhia” ganhou uma versão cinematográfica. Como produtora e atriz do projeto, qual a importância dessa chegada às plataformas de streaming?
Ver um musical brasileiro totalmente autoral chegar no streaming é uma vitória para o artista independente e a possibilidade de abertura para isso ganhar espaço. Já é notável como os musicais autorais vem crescendo no nosso país e ganhar o streaming é estar disponível para todos no nosso país e fora dele também, é sair do nicho São Paulo, é contar uma história que nós brasileiros temos no inconsciente, é falar sobre terapia com humor, músicas, personagens cativantes e identidade.
Ainda é um pouco difícil ter consciência do movimento que estamos fazendo, afinal esse projeto nasceu de artistas que precisavam se expressar, que investiram tempo, dinheiro e muito trabalho para ele acontecer. Estou muito orgulhosa por conseguirmos alcançar mais um caminho para contar nossa história.
Fale um pouco sobre a história do musical.
O “Bom Dia Sem Companhia” traz muitas mensagens e gatilhos para que as pessoas possam lidar com seus sentimentos e inseguranças de uma forma mais leve. Entender que algumas amizades se modificam e param de fazer bem é entender como nos modificamos ao longo do tempo, e quão bom isso pode ser. A solidão, o medo e a cobrança são angústias que todos compartilhamos e falar sobre elas pode ser libertador, principalmente com um profissional.
Para nós é sempre uma grande vitória quando alguém fala que começou a terapia depois de assistir o BDSC ou que se identificou com os personagens. Espero que esse longa seja uma ferramenta para as pessoas se conectarem, buscarem ajuda e entenderem que “tudo bem não estar bem”.
Em paralelo ao audiovisual, você vai estrelar “Petshop – O Musicão”. Conte um pouco sobre a sua personagem e como ela se encaixa na história.
MC é um chihuahua, filha da dona da Pet Shop, que organiza e tem a missão de descobrir a missão de todos os bichinhos da Petshop.
Ela é inspirada na cachorra da Julianne Daud, idealizadora e produtora do projeto, eu conheci as duas em 2013 quando integrei o elenco de Zuzubalândia e desde lá fiquei apaixonada pela Mc e pela Julianne. Quando ela me convidou para viver essa personagem imbuída de tanto carinho e confiança, não pude ficar mais feliz.
No musical, a Petshop está correndo o risco de fechar para virar um estacionamento e junto disso Mc acolhe um cachorrinho vira lata caramelo (Mussarela) que está com problemas e precisa se esconder por uns dias, obviamente Mussarela faz uma revolução com os bichinhos da Petshop o que deixa Mc doidinha…rs
Nossa história promete muita aventura e diversão, tanto para os pequenos, quanto para os adultos.