Após três anos de espera, a banda mineira Daparte retorna com o aguardado álbum “Baterias de Emergência”, lançado em 17 de outubro. O novo trabalho, composto por 10 faixas, reflete uma verdadeira revolução sonora. Samples, sintetizadores e texturas urbanas definem o som atual da banda, criando um estilo mais ousado e urbano.
“Esse álbum é um marco para a gente, uma nova fase. Foram três anos longe dos estúdios, e esse tempo nos ajudou a amadurecer tanto como músicos quanto como pessoas”, comentaram. O disco, escrito entre 2022 e 2024, aborda temas contemporâneos como a indiferença, tédio e ansiedade, capturando o sentimento de jovens adultos nas metrópoles. “É uma reflexão sobre como a gente enxerga o mundo hoje. As letras são autobiográficas e falam sobre o caos que é viver nas grandes cidades, especialmente Belo Horizonte e São Paulo.”
Ao falar sobre o processo de criação, a banda destaca a montanha-russa emocional que moldou o álbum. “O disco nasceu nesse vai e vem entre a euforia e a ansiedade. O mundo está um caos, e a gente também sentiu essa gangorra emocional enquanto produzia o álbum. Ao mesmo tempo em que estávamos animados, também ficamos cheios de incertezas.”
Os integrantes ressaltam que a adaptação à nova fase da vida foi um tema central. “Morar em cidades diferentes, formar na faculdade, as mudanças que vieram com o tempo… tudo isso inevitavelmente nos deixou ansiosos. Às vezes a gente se sentia cheio de esperança, outras vezes só queria mandar o mundo se fder”*, riram. “Esse álbum é um reflexo disso. Ele é uma espécie de abraço para quem está vivendo essa fase de transição entre os vinte e poucos e os trinta anos.”
Sobre o amadurecimento musical, a banda reforça: “Esse é o nosso trabalho mais maduro. A gente conseguiu inovar de verdade no som, usando sintetizadores, misturando baterias programadas com orgânicas, e experimentando efeitos novos nas guitarras. Foi uma evolução natural depois de tantos anos tocando juntos.”
Cada faixa do álbum traz um significado pessoal para os membros. “A terceira faixa, ‘Lâmina Cega’, é especial. A gente conseguiu abrir as vozes num dueto que ainda não tínhamos experimentado, e ela é filha de uma música muito querida nossa, ‘Farol’, do EP que lançamos durante a pandemia.” Outro destaque do álbum é “Tempos”: “Ela é a faixa que sintetiza bem a nossa busca por inovação, misturando bateria programada e orgânica. Quando a gente tocou essa música no estúdio, deu pra sentir o peso que ela tem, e estamos ansiosos para ver como o público vai reagir.”
Sobre “Ultravioleta”, a banda aposta que será uma das preferidas do público. “Ela tem uma letra que não deixa as coisas muito explícitas, mas o refrão comunica muito bem a mensagem. O arranjo também nos fascina, com influências de Tame Impala, Daft Punk e Strokes. Ela tem uma vibe espacial que queríamos trazer para esse álbum e acreditamos que essa baladinha vai pegar de jeito.”
O álbum “Baterias de Emergência” chega para consolidar a evolução da Daparte, explorando novos territórios sonoros e temáticos, sem perder a autenticidade que sempre cativou seus fãs. “No fim das contas, a gente espera que as pessoas se conectem com o que fizemos aqui. Como diria o Adilson Batista, técnico do Cruzeiro, ‘vamos aguardar’.”