Com o desafio de trazer a poesia para a tecnologia imersiva, Falcão questiona barreiras e busca justamente a inclusão social em seu novo single, “Em Busca da Luz”. Com sua poesia real, a faixa traz assuntos atuais importantes como a falta de respiradores na pandemia, o movimento Vidas Negras Importam e referências desse cenário de falta de empatia que estamos vivendo. Mas como a ideia de Marcelo nunca foi apenas reclamar, da angústia nasceu a vontade de procurar soluções perenes.
A ideia artística para o videoclipe foi construir uma opção de olhar com mais autonomia, com poder de decisão, culminando numa experiência individual e única por cada espectador. O clipe de “Em Busca da Luz” foi criado em realidade virtual com recursos de animações e design motion ilustrados à mão. O clipe vertical tem direção Criativa do Énoix Collab e a experiência imersiva pode ser vista com óculos 3D. O vídeo foi pensado todo com o apoio de novas tecnologias, mas ainda de forma inclusiva. Toda a arte é ilustrada analogicamente pelos artistas Camilla Duarte (@camillismos) e Rafo Siqueira, com direção de arte de Gabriel Tatu Otero da Collab ART.
O material em formato 360° pode ser experienciado em realidade virtual através do YouTube VR, com óculos VR, mas também pode ser experienciado sem o óculos com o próprio cursor do seu computador ou celular.
Além disso, em parceria com a PicPay, o clipe traz um QR Code para que todos possam doar com a facilidade do código à Cufa (Central Única das Favelas). Parte do dinheiro arrecadado com as visualizações do clipe também fará parte das doações.
Em um papo com o Caderno Pop, Marcelo Falcão contou um pouco sobre o uso da arte para incentivar ações sociais e também sobre o formato inovador do clipe. Confira:
Você sempre trouxe problemas sociais nas suas músicas tanto em carreira solo, em “Viver (Mais Leve que o Ar)” quanto nos mais de 20 anos d’O Rappa, e “Em Busca da Luz” retrata a questão da fome, mais especificamente nas favelas. Já era um projeto que você tinha em mente há um tempo, direcionar doações e apoio específico – não somente à fome – mas direcionado para favelas?
Todos podemos ajudar e nas comunidades as necessidades são mais gritantes e evidentes. Não é a primeira vez que faço uma ação desse jeito e em parceria com a Cufa, que faz um trabalho sério e que alcança muitas famílias que precisam de apoio. Posso usar minha arte para ajudar.
O clipe traz muita tecnologia, realidade virtual, imersão total para o espectador. E traz uma mistura de analógico com digital. A ideia de fazer esse material já estava sendo estudada há quanto tempo? É também uma forma de “prender” o espectador e incentivar a doar?
Como eu disse, usar minha arte para alertar sobre a realidade do próximo e ajudar as pessoas, é um prazer.
A tecnologia está no nosso presente e será indispensável no futuro. Gosto desse mundo tecnológico e quero trazer isso junto com a inclusão social.
Em 2019 você lançou o álbum “Viver (Mais Leve que o Ar)”, como primeiro projeto solo, imprimindo, sempre, sua identidade naquele material. Já tem um segundo disco vindo a partir de “Em Busca da Luz”?
Temos a ideia de mais para frente lançar outros singles e depois “amarrar” tudo isso em um EP com umas sete faixas, a princípio.